HERÓIS,
ANTI-HERÓIS E QUIMERAS - VIII
(Continuação
do post anterior. Manteve-se quase
sempre a grafia dos documentos originais.)
INTRIGAS E
TRAIÇÕES MAÇÓNICAS
Nota 27: Fragmento de uma série de manifestos e
protestos de lojas maçónicas rivais, comentados por José Agostinho de Macedo.
Contém uma referência a Gomes Freire e aos
outros maçons que o traíram.
«PROTESTO
DA LOJA REGENERAÇÃO CONTRA O MANIFESTO DO GRANDE ORIENTE.
A
TODOS OS MAC. LUZITANOS.
O Crime mais atroz até hoje praticado Maç.º
he aquelle que ha pouco acaba de perpetrar o G.O.L. Tribunal illegitimamente
constituído, despótico, execrando, e venal.
Esta reunião de malvados, e de prejuros
fizerão imprimir de seu mandado hum folheto com o titulo de Manifesto do G.O.L.
a toda a Maçonaria. Neste, atroz papel se patenteão os segredos mais recônditos
em nossos mysterios. Alli se personalizão II. de conhecida probidade, a quem o
outro estrangeiro ainda naõ pôde corromper: alli abjurão os traidores o ser de
MMaç. porque forão infiéis a seus juramentos. Neste centro de criminosos se
encontrão três, que depozeraõ em segredo contra o Benemérito Portuguez Martyr
da Pátria, e victima do mais execrando despotismo, Gomes
Freire de Andrade. Alli se encontra o máo amigo, que esquecido dos
benefícios do seu bemfeitor o atraiçoa, e delata; o máo esposo que cobre de
infâmia sua esposa, e até em autos públicos; delapidadores dos fundos das LL.; e
em fim alli circula por veredas incógnitas o ouro estrangeiro, que talvez hum
dia abysme a nossa cara Pátria em hum pélago de males.
Até quando MM. Lusitanos curvareis o colo ao
Despotismo de taes perversos?... Será crível que ainda estejaes illudidos á
vista desse documento, pelo qual fosteis delatados aos profanos por esse
Tribunal, que devendo ser o Paladium da segurança Maç.ª, e o sacrário dos
nossos sigillos, se tornou o mais abjecto, e infame de todos os ajuntamentos? RR.
LL. da Metrópole, e Províncias, recolhei a vós as procurações que desteis a vossos
Representantes, e riscai do vosso quadro todo aquelle que authorizou a
revelação dos nossos
segredos;
porque as grandes Dignidades que compõem o O. nada mais saõ do que depositários
da direcção dos negócios da ordem, e de modo algum podem alterar o que está
guardado por aquelles juramentos communs a todos os MM. O mal he de natureza
tal, que curallo seria augmentallo; o único meio que pôde salvar a Maç. do perigo
a que a expozeraõ os máos MM. que compõem o O. he só convocando Estados Geraes
, estabelecendo hum centro de unidade composto de MM. virtuosos, sábios, e naõ
prevaricadores das suas
funções.
Examinai CC. II. se vossos Representantes sanccionáraõ a publicação de
semelhante papel, e puni exemplarmente os perjuros, que commettêraõ tal delicto.
Trabalhemos CC. e RR. II. em favor da Causa
da Pátria, que ainda vacillante precisa dos nossos auxílios, reunamo-nos para
sustentarmos o magestoso Edifício Constitucional, e independência, e seja a
nossa divisa — Liberdade ou Morte.»
Cf.
Manifesto do grande oriente lusitano
contra a loja regeneração - e circulares e protestos desta contra o grande
oriente, acompanhados da censura, e eruditíssimas Reflexões…,José Agostinho
de Macedo, 1761-1831, Lisboa, 1829, págs. 43-45
Partida do Príncipe Regente de Portugal para o Brasil, aos 27 de Nov. de 1807. Litografia baseada na grav. de Francesco Bartolozzi. Pormenor.
REFUGIADOS E EMIGRADOS PORTUGUESES
Nota 28: Durante a Guerra Civil entre Liberais e
Absolutistas, surgem notícias de refugiados portugueses que parecem ser
exilados políticos. Não se diz de que facção, liberal ou absolutista. Na
referida Gazeta de 1829, surgem duas destas notícias que devem referir-se a
exilados liberais. O que é mais curioso é que o segundo artigo se refere a um
grupo de “emigrados portugueses” que pretendiam ir de Plymouth para o Brasil,
independente apenas há 8 anos e ainda governado por D. Pedro Iv de Portugal /
D. Pedro I do Brasil. Esses “emigrados portugueses” são referidos como
estrangeiros iguais a qualquer outros mas que, ainda assim, teriam de passar
por uma fiscalização “trumpiana” para poderem entrar no Brasil, governado por
um rei português. Coisas difíceis de entender, sobretudo vindas de um rei
português e liberal. Aliás, as perseguições de Pernambuco movidas contra os
liberais e independentistas foram depois movidas contra os realistas e
antipatizantes do liberalismo.
«Consta por noticias fidedignas de França,
que no principio do mez passado chegára a Ostende o Navio Inglez Heyden,
conduzindo 244 refugiados Portuguezes (Oficiaes Superiores e Inferiores e
soldados de diversos corpos, e
algum paizanos, mulheres e crianças); é alli por hospitalidade forão tecebidos
nas cazernas antigas da Cidade os que não tinhão meios de subsistencia.»
Cf.
Gazeta de Lisboa, 1829, págs.
525-526.
DE PLYMOUTH
PARA O BRASIL
«Lisboa,
1 de Junho.
Em
hum dos Numeros do Jornal Brazileiro, intitulado = Aurora Fluminense, veio
transcripto o Decreto seguinte, na parte oficial:
•Decreto.
«Hei por bem ordenar, que a Assembléa
Geral Legislativa se reuna extraordinariamente, e se installe no dia primeiro
de Abril do corrente anno, por assim o pedir o bem do Imperio. José Clemente
Pereira, do Meu Conselho, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Imperio, o faça exautar com os despachos necessarios.
Palacio do Rio de Janeiro, em nove de
Fevereiro de mil oitocentos e vinte e nove, oitavo da Independencia e do
Imperio. = Com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador = José Clemente Pereira.»
Muitas pessoas (não he difficil
advinhar-lhe o genero e talvez a especie) tomárão o trabalho de improvisar
motivos para esta convocação; e algumas já sonha vão hostilidades contra
Portugal etc. Forte malicia, ou forte cegueira, em ver o Decreto a que
alludimos, e não ver mais abaixo hum artigo onde se explica o fim para que Sua
Magestade o Imperador convoca a Assembléa Geral!
O artigo diz:
«Este numero começa pelo Decreto para a
convocação da Assembléa Geral Legislativa no 1.° de Abril. Ouvimos dizer que
esta medida he necessaria, porque os emigrados de
Portugal, que estavão em Plymouth, recusando serem removidos para o
interior, se propunhão a vir para o Brazil; e competindo ao Poder Legislativo,
em virtude do Artigo 15, § 12 da Constituição, conceder ou denegar a entrada de
forças estrangeiras de terra e de mar dentro do Imperio, ou dos portos delle: e
bem que estes Portugueses não venhão armados, e possão ser admittidos como
colonos, se eles se quizerem estabelecer no Imperio, como
quaesquer outros estrangeiros aqui aportados, torna-se todavia
indispensavel para a sua recepção o assenso da mesma Assembléa, que na sua
sabedoria accordará o que melhor convier á prosperidade do Imperio.»
Omittir documentos, troncar discursos, e
depois fazer argumentos que sempre, mais ou menos, tem por baze o embuste, e
por fim o transtorno da boa ordem, he tactica já velha dos revolucionarios. Se
ha quem depois de tantos exemplos ainda hoje os não conheça, ou se deixe
apanhar nas redes liberaes he, na verdade, digno de toda a lastima.»
Gazeta de Lisboa
N.º 129, 2 de Junho de 1829, p. 525
Proclamação da Independência do Brasil, François-René Moreaux. 1844. Retrata de forma fantasiosa o momento da Proclamação da Independência do Brasil em 7 de Setembro de 1822. O Grito do Ipiranga, nome eufemístico dado à frase "Independência ou Morte".
FANATISMOS E
DOGMAS
Nota 29: José
Agostinho de Macedo dá conta de actos hediondos cometidos sobretudo por
populares contra populares durante a guerra civil entre liberais e absolutistas,
apontando sempre o dedo aos demagogos e populistas. Estes existiam em ambas as
facções e foram os autores morais, e muitas vezes materiais, dessa irracional
“justiça popular”. A Igreja desempenhou um papel fundamental no acicatar do
ódio contra os liberais, embora também tenha havido muitos eclesiásticos
perseguidos, presos e condenados por serem liberais, como aconteceu na rebelião
do Porto de 1828.
O caso que menciono em seguida mostra o
fanatismo e a crueldade de ambas as partes. No dia 20 de Junho de 1828, foram
executados em Lisboa 9 estudantes da Universidade de Coimbra, depois de terem
assassinado dois professores da mesma instituição. O folheto (“Contra-memória”)
em que me apoio refere-se sobretudo ao estudante Manuel Inocêncio de Araújo
Mansilha, por ser considerado o cabecilha da rebelião liberal na Universidade
de Coimbra. Aí participava em reuniões e “ajuntamentos” em que fazia a apologia
do liberalismo, recrutava “pedreiros livres” e instigava a revolta violenta
contra os absolutistas, que deveriam ser totalmente eliminados.
O autor desta “Contra-memória” perde-se em
argumentos mais ou menos imbecis que se prendem sobretudo com a hipotética
falsificação de um assento de baptismo, como se tal fosse a maior causa e prova
do carácter do assassino. Mas refere também alguns dados factuais sobre essa rebelião.
Os professores assassinados no dia 18 de Março de 1828 foram Mateus de Sousa
Coutinho e Jerónimo Joaquim de Figueiredo, colegas do autor da dita “Contra
memória” que escreve sob anonimato. Ele refere a execução de “nove ladrões e
assassinos” que seriam apenas uma pequena parte do “covil de feras” que desde
1820 se tinha instalado na universidade. Acrescenta que entre essas “feras”
estavam não só estudantes mas também “Mestres e Sacerdotes”. E são precisamente
estes que considera «os principais corifeus desta Propaganda, que, tornando-se
em poucos dias qual impetuosa torrente, levou consigo tudo o que não sabia
opor-lhe uma vigorosa e aturada resistência. Quando a entrada para a Maçonaria
traz consigo uma quase certeza de ser aprovado nos exames e actos, que fará um
estudante amigo do ócio e dos prazeres, e que infelizmente não recebeu de seus
pais uma educação religiosa? Quando a entrada para a Maçonaria se pinta aos
novos adeptos como um degrau indispensável para subir a toda a classe de honras
e dignidades, que farão os próprios que, de uma parte mal seguros da fé e por
outra fervendo em ambição, têm chegado ao fim da sua carreira académica?»
Os nove executados seriam só a ponta do
iceberg porque menciona a seguir cerca de «400 estudantes a favor de um rei
intruso» (refere-se a D. Pedro, Imperador do Brasil) «e não chegam a 50 os que
no dia 24 de Junho do presente ano (1828) conseguiram nas vizinhanças de
Sernache uma glória imortal, que por certo escurece todas as mais que o Corpo
Académico tem alcançado por diferentes vezes batalhando em pró da Sereníssima
Casa de Bragança.» Refere-se em seguida outros levantamentos populares contra
os liberais dizendo que eram esses que o faziam sentir orgulhoso em ser
Português. E sublinha que «nem todos os estudantes de Coimbra são assassinos e
ladrões de estrada».
Deve haver algum equívoco nas datas porque
na folha de rosto diz que a execução foi a 20 de Junho e no corpo do texto diz
que foi em 22 de Junho. E o principal dia da rebelião, aquele em que terão
participado cerca de 400 estudantes não teria sido o dia em que os professores
foram assassinados (18 de Março) mas o dia 22 de Maio.
O
que mais incomoda nestes relatos é a fundamentação da acusação e da execução,
sempre impregnadas pelo fanatismo religioso.
E é igualmente lamentável que seja sempre
tão difícil encontrar notícias sobre as vítimas do liberalismo, que em vez de
exercer uma censura repressiva, exerceu uma censura intelectual, pela
propaganda e limpeza de provas. Foi já depois de escrever esta nota que
consegui finalmente encontrar alguma referência ao assassinato dos dois lentes
de Coimbra. Foi num jornal quinzenal online de Condeixa intitulado “Terras de
Sicó”.
Cf.
Contra-memoria sobre o chamado baptismo
do réo Manoel Inocencio de Araujo Mansilha, executado a 20 de Junho de 1828.
- Lisboa, na Impressão Regia, 1828 - http://purl.pt/6662
OUTRO RELATO
DOS MESMOS FACTOS
Nota 30: Aqui fica o artigo de Cândido Pereira
(Fala de 200 e não de 400 estudantes e do dia 20 de Março e não 18 como o dia
do assassinato, e diz que os lentes foram assassinados a tiro e não com um
punhal, como o autor da Contra-Memória
escreve. Onde está a verdade? Ainda não consegui apurar…):
QUINTA
DAS FERRÃS
«A Quinta das Ferrãs, na Barreira, está
situada no limite da freguesia de Condeixa-a-Nova, fronteira com a freguesia de
Sebal Grande.
Actualmente em progressivo estado de
degradação, a casa, de aspecto senhorial, foi também cenário de um trágico
acontecimento envolvendo estudantes de Coimbra, lentes da Universidade e
cónegos da Sé, no qual haviam de perder a vida dois
lentes, assassinados, e mais dez estudantes implicados nesse acto, julgados e
supliciados no cadafalso.
Em 1828, D. Miguel, filho segundo de D.
João VI, regressou a Portugal vindo do seu exílio vienense, para ocupar o trono
e "extirpar o país da moléstia liberal que corrompia a sacratez das
instituições", como refere o escritor Fernando-António Almeida. As festas
absolutistas, manifestavam-se pelo Portugal retrógrado e obscurantista dessa
época. Em Março desse ano, são dissolvidas as cortes e anunciado novo governo.
Em Coimbra, a Universidade está dividida entre partidários do liberalismo e do
absolutismo, políticas da legítima herdeira do trono, D. Maria da Glória e de
seu tio, opositor, o infante D. Miguel. A Reitoria e a Sé são, manifestamente,
absolutistas, mas uma muito significativa parte dos estudantes é firmemente
liberal.
Numa casa da alta coimbrã, na rua do
Loureiro, reunia-se a sociedade secreta, de origem maçónica, intitulada
"Os Divodignos". Tendo estes tido conhecimento que uma deputação
formada por catedráticos e cabidos da Sé se preparava para ir a Lisboa,
aparentemente saudar o novo rei, mas, sabia-se, com intenção de entregar ao
monarca um extensa lista de estudantes liberais para que fossem expulsos, logo
decidiram, em votação na qual participaram cerca de duzentos
universitários, sortear treze elementos que deveriam ir interceptar a
referida deputação, e retirar-lhe essa lista.
No dia 19 de
Março de 1828, pelas três horas da tarde, partiu de Coimbra um grupo
composto por três lentes e dois cónegos,
acompanhados por familiares e respectivos criados. Pernoitou a comitiva em
Condeixa, no palácio do absolutista ferrenho, Francisco de Lemos Ramalho e
abalou, rumo a Lisboa, pelas cinco da manhã do dia seguinte. Os treze operacionais Divodignos partiram também
para Lisboa. Eram eles: Bento Adjuto Couceiro;
Delfino Miranda e Mattos; António Megre; Domingos Delgado; Carlos Pinto Bandeira;
Urbano de Figueiredo; Francisco do Amor Rocha; Domingos dos Reis; Manuel
Inocêncio Mansilha; Francisco Bento de Mello; Joaquim de Azevedo e Silva;
Manuel do Nascimento Serpa e António das Neves Carneiro. Este último,
sabe-se que dormiu na Quinta das Ferrãs, propriedade do seu amigo Manuel de
Freitas. Na madrugada do dia 20 de Março,
reuniram-se os conjurados no lugar do Cartaxinho, termo da Ega (que na altura
ainda era concelho). Entretanto, chegaram as carruagens que transportavam os
lentes e restante companhia. Deu-se o assalto e toda a gente foi manietada.
Buscaram-se documentos, as tais faladas listas denunciadoras. Houve tiros (apurou-se
que teriam sido disparados pelo estudante Delfino
de Miranda e Mattos). Dois lentes, Jerónimo Joaquim de Figueiredo e
Mateus de Sousa Coutinho, tombaram mortos. Feridos, ficaram o deão da Sé,
António de Brito; o cónego Pedro Falcão Cotta e Menezes e José Cândido Pereira
de Castro.
Umas mulheres da Venda Nova, que passavam
a caminho da feira de Condeixa, aperceberam-se da tragédia e gritaram a uma
força militar de cavalaria que ia a passar na estrada, em trânsito para
Coimbra, e que logo acudiu. Nove estudantes foram
presos e transportados para as cadeias de Condeixa e Rabaçal. Mais
tarde, foram levados para Coimbra e daí, por barco, para a Figueira, onde
embarcaram em navio, rumo a Lisboa. A
sentença, ditada a 17 de Junho, condenou-os:
"a que, com baraço e pregão, sejam conduzidos pelas ruas públicas desta
capital ao lugar da forca, onde morrerão de morte natural para sempre".
(Fernando-António Almeida).
Dos
quatro que escaparam, um deles é o mesmo António
das Neves Carneiro que pernoitara na Barreira. Para aí se dirige e
consegue do amigo Manuel de Freitas, um cavalo com o qual chegará ao Fundão,
sua terra natal.Com a ajuda do pai, médico liberal
e maçon, partiu para Espanha. Aí, depois de uma atribulada paixão onde
foram protagonistas duas mulheres, foi denunciado e recambiado para Lisboa, onde acabou
também condenado e enforcado, em 1830.Será baseado neste rocambolesco
episódio que Camilo Castelo Branco escreverá o romance "A Viúva do Enforcado".
Francisco
Bento de Mello fugiu para a Ilha Terceira, onde se juntou às tropas de
D. Pedro e regressou a Lisboa com o exército vencedor. Joaquim
José Azevedo e Silva, conseguiu refugiar-se em Lisboa, na embaixada da Dinamarca e partiu em barco, de
Portugal. O último sobrevivente, Manuel do
Nascimento Serpa, pensa-se que seria o
mendigo "Fresca Ribeira" que nas ruas de Lagos "deitava
gatos" em panelas e alguidares, amolava tesouras e ensinava latim a jovens
estudantes.
Uma página negra das muitas que compõem o
livro da nossa História, particularmente no período da guerra civil.»
Cf.
Quinzenário Terras de Sicó (Condeixa)
–
*
Talvez fossem 400 e não 200 os estudantes implicados na rebelião porque, em
1829, o número de alunos expulsos ascendia a 457! Faltava saber desde quando… -
*
Jerónimo Joaquim de Figueiredo (1772-1828) foi professor de Medicina, director
dos Hospitais da Universidade de Coimbra (1809) e um dos resistentes aos
invasores franceses em 1808. Não admira que não gostasse daqueles
revolucionários à francesa. Nos registos da Universidade de Coimbra, existe um
apontamento biográfico sobre este lente. Aí o modo e local da morte coincide com
os outros relatos, mas a data da morte é diferente, 12/2/1828. Nas
“Observações” pode ler-se:
«Serviu no Corpo de Voluntários
Académicos em 1808, tendo sido encarregado de missões de reconhecimento e
inspecção de fortificações na zona de Almeida. Fundou o Jornal de Coimbra em 1812, com José Feliciano de Castilho e Ângelo
Ferreira Dinis. Esteve envolvido no caso da “Lanterna Mágica”, sendo suspenso
por Aviso de 11.4.1818, mas foi reintegrado por Aviso de 7.6.1820. Fez parte da
Junta da Faculdade de Medicina, constituída em 1823 para reforma da mesma.
Vereador à Câmara Municipal de Coimbra em 1826. Em 12.2.1828, quando se dirigia
para Lisboa, na comitiva que ia felicitar D. Miguel, foi assassinado no lugar
de Cartaxinho, perto de Condeixa, polos chamados “Divodignos’.
Nota: O excerto apresentado
foi retirado da obra Memoria Professorum Universitatis Conimbrigensis,
com a autorização do Prof. Doutor Augusto Rodrigues, editor literário.»
Sessão das Cortes de Lisboa de 9 de Maio de 1822. Óscar Pereira da Silva, 1920. O episódio representado ilustra o momento em que vários deputados brasileiros defendem nas Cortes que um único soberano deveria governar Portugal e Brasil.
IMAGENS:
Sem comentários:
Enviar um comentário