DIAS SINGULARES: julho 2013

Nada têm de especial estas rabiscadelas, excepto o facto de serem feitas directamente online, no Deviantart Muro, utilizando apenas o rato do computador. Levar o "rato" a fazer exactamente o que queremos é praticamente impossível. Entre a ideia e o resultado há uma mera aproximação... ou então uma nova ideia, às vezes completamente diferente da ideia original. A batalha travada com o "rato" exige paciência e a aceitação pacífica do completo fracasso, que acontece amiúde. Fracassar não é necessariamente mau. Recomeça-se tudo de novo e trava-se uma nova batalha. Às vezes o fracasso nada tem a ver com a inabilidade do executante, deve-se apenas aos percalços da tecnologia, para mim sempre caprichosa e incompreensível... e não me venham dizer que "a máquina tem sempre razão". As máquinas são incompreensíveis e traiçoeiras por natureza, são mais ou menos como pessoas sem coração. Como é que a máquina pode ter razão se faz desaparecer o meu trabalho de duas horas ou mais? Por isto mesmo, um dos cuidados a ter com o Deviantart Muro é ir guardando a "obra" no Stash ou no computador mesmo que esteja inacabada, pelo menos assim não se perde tudo.

Na página Riscos e Rabiscos I, já coloquei algumas destas rabiscadelas, a partir da minha página principal no Deviantart (Suyarts) ou a partir do meu computador. Neste post estão sobretudo as rabiscadelas feitas (ou refeitas) recentemente utilizando a conta da minha filha, Luzia (Angel-Lua-Silver), que ela criou há três anos e nunca utilizou verdadeiramente para nada. A mim serve-me fundamentalmente para rabiscar e pintar no Muro.
Alguns fundos são fotografias da minha autoria outros são criados com as ferramentas do Muro.

The Tree of Dreams by Suyarts / São Ludovino.

Seeking for a transparent soul, retouched, by Suyarts / São Ludovino.

The Dwelling of Dreams by Suyarts / São Ludovino.

Symbiosis by Suyarts / São Ludovino.

The Book of Life by Suyarts / São Ludovino.

Sailing to the Moon 3 by Suyarts / São Ludovino.

Watching the way home by Suyarts

Sailing by Suyarts

Out of the blue... by Suyarts

Colourful Mysteries of Life by Suyarts

Interrogation 2 by Suyarts

Telluric Vision by Suyarts

Incredibly Blue by Suyarts / São Ludovino.

Uma pausa numa experiência interminável

     As fotografias “intencionalmente desfocadas” são sempre uma fonte de surpresas e esta série continuará, muito provavelmente, para sempre. Mas às vezes é necessário fazer uma pausa. Mas isto não significa que haja um plano. A maior parte das experiências criativas são incompatíveis com planos, horários, ideias pré-determinadas. Apenas acontecem e é tudo. E é por isso que são irrecusáveis e genuínas. O corpo que dança com o vento e o mar ao som de uma música inaudível não precisa de coreografia ou mapas. Os braços abrir-se-ão naturalmente e voarão com as gaivotas, mesmo as que não estão lá. Do mesmo modo, o olhar descobre instantaneamente, num fugidio segundo, uma visão imprevista de cores e formas na coisa mais insignificante, sabe-se lá quando, sabe-se lá onde. Este é apenas mais um momento de pausa na dança eterna da descoberta e da criação.
      Seguem-se mais algumas fotografias da série Erros Premeditados. Espero não estar a repetir algumas. Algumas pertencem a uma variante dos Erros Premeditados – Rabiscos de Luz. Tenho alguma dificuldade em fazer escolhas entre milhares. É certo que a maioria nada tem de extraordinário. Provavelmente tudo se resume ao modo de olhar e sentir. O pensamento vem depois e, às vezes, não sabe organizar aquilo que na verdade não conhece nem pode conhecer inteiramente.
      Segue-se também o último vídeo feito com fotografias desta série (Premeditated Mistakes III). Provavelmente, o mais importante neste vídeo não são as fotografias (nem todas “intencionalmente desfocadas”, a maior parte serve apenas de fundo), mas a música e a letra que as acompanha. Escolhi de novo um tema dos G.N.R. (Grupo Novo Rock), «Efectivamente», uma sátira bem-humorada sobre a hipocrisia e o voyeurismo. Num mundo em que reinam as aparências, até arrancar o véu e as máscaras pode não ser um acto sincero mas apenas premeditado. «Efectivamente sem moralizar / Aparentemente sem moralizar…». Fica sempre a dúvida e eu não gosto de dúvidas, embora tenha sobretudo dúvidas acerca de quase tudo. Sofro de uma curiosidade inata que me leva a questionar tudo… e gosto de descobrir respostas mesmo quando tenho a perfeita noção de que as respostas apenas vêm da minha imaginação. Num mundo ideal só haveria almas transparentes e corações sinceros e… mesmo assim teria a curiosidade de saber o que existe atrás da transparência e acreditaria em todas as miragens da minha imaginação. Incurável, não há nada a fazer. Vale-me a autocrítica e a capacidade de me rir de mim mesma… de vez em quando.