segunda-feira, 1 de setembro de 2014

TEATRO NA ESCOLA VI

Auto da Índia de Gil Vicente, interpretado pelos alunos (11.º 13) do Curso Profissional de Artes do Espectáculo (Interpretação) da Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa, Portugal, 19/6/2014. Encenação de Victor Sezinando. Apoio a Voz e Movimento de Joana Sapinho.

     Mais uma vez, este grupo de alunos e o professor / encenador (Victor Sezinando) levaram à cena uma peça de outra época, desta vez uma peça portuguesa: o Auto da Índia de Gil Vicente. É uma daquelas peças que é representada amiúde em ambientes escolares por jovens actores amadores ou por companhias profissionais. Podia ter sido apenas mais uma representação semelhante a muitas outras, presa à literalidade do texto e da época ou de tal forma “modernizada” que quase se torna irreconhecível. Não foi este o caso. Encenador e actores souberam combinar a imaginação e a modernidade com o espírito da época e da sátira vicentina.
     O momento em que Constança (a mulher do marinheiro embarcado) sonha com os perigos do mar foi um toque de mestre. Os marinheiros surgem vestidos de forma muito heterogénea e heterodoxa, movem-se num desespero caótico sobre um conjunto de estrados, que simula o convés de uma nau, acompanhados pela música frenética dos Sitiados (“Esta vida de marinheiro”). Enquanto dorme e sonha com as tormentas do mar, Constança dorme como um anjo; o pesadelo dos marinheiros parece ser um doce sonho para ela.
    Constança contracena exemplarmente com os seus dois amantes, num jogo de gato e rato, que provoca o riso fácil, pelo insólito da situação e pelo à vontade com que ela age e dissimula todos os seus actos. Ela não “engana” apenas o marido mas também os dois amantes. A mulher, deixada sozinha e abandonada entregue a um destino incerto, torna-se assim a verdadeira dona da sua vida, dá asas aos seus caprichos e ridiculariza a supremacia masculina. Ela vence pela manha e dissimulação.
     A Moça, que se torna uma cúmplice forçada das tramas da sua ama, por força da sua condição social de criada, revela com os seus comentários e expressões faciais uma atitude condenatória. Não aprova a conduta da sua ama mas vê-se forçada a pactuar com ela.
     Outro toque de mestre surge no final, quando a Moça atrai para o leito da mulher adúltera os seus dois amantes, mas acaba por escapar ficando eles os dois sós, ludibriados e espantados com mais esta trama feminina. A Moça age também de forma crítica e oportuna quando pede dinheiro a Lemos para ir comprar alimentos. Tudo tem o seu preço, a honra e a desonra, os vícios e as virtudes, os caprichos, a folia, a ambição. Se assim invade a casa do seu amo, roubando-lhe a honra e a dignidade, deve pagar por isso... Como se a honra e a dignidade tivessem preço! Um preço simbólico que sublinha a materialidade da maioria dos comportamentos humanos, naquela e em todas as épocas.
     Ficamos também a saber que Lemos não era propriamente rico, era avaro e o custo de vida na Lisboa quinhentista era mais elevado do que as posses do comum mortal.
     Com esta peça, Gil Vicente produziu um verdadeiro documento histórico e social sob a forma de sátira didáctica. Fê-lo de forma oportuna e ousada, tal como os jovens intérpretes e o encenador que lhe deram uma nova vida. Tenho a certeza de que Gil Vicente teria aplaudido.

     Em 1516, no Prólogo ao Cancioneiro Geral, Garcia de Resende apelava aos literatos da nação que vertessem na escrita os feitos da expansão marítima, para enaltecer os heróis e gravar para a posteridade uma época áurea. A descoberta do caminho marítimo para a Índia (1497-1498) por Vasco da Gama era um dos feitos que deveria figurar nessa obra épica. Ao repto respondeu Camões com a publicação d’ Os Lusíadas, em 1572. Porém, Camões não enaltece apenas os feitos grandiosos. No episódio do Velho do Restelo (final do Canto IV) e em várias reflexões ao longo da obra, denuncia também o reverso da medalha. A «vã cobiça» e a «glória de mandar» de que fala o Velho do Restelo são o contraponto anti-épico do deslumbramento e da visão expansionista vigente entre uma parte da classe política e aqueles que camuflavam a ambição com pias e patrióticas intenções.
     Pela voz do Velho do Restelo, Camões chama também a atenção para as consequências nefastas da expansão no plano social e no seio da família. Com um pungente lirismo mostra uma galeria de mulheres e crianças “abandonadas” pelos pais, maridos, irmãos, filhos.
     Mas antes de Garcia de Resende e de Camões, já Gil Vicente reflectira sobre a face escura dessa época dourada e satirizara os vícios, os estereótipos, a verdade oculta entre as quatro paredes das casas que se esvaziavam e das famílias desagregadas. Foi isso mesmo que fez no Auto da Índia, representado pela primeira vez em 1509, em Almada, perante a rainha D. Leonor, mulher de D. Manuel I.
     É algo surpreendente que Gil Vicente tenha ousado ser tão crítico sobre um assunto que era sobretudo motivo de elogio para a maioria e ainda mais que tenha representado a peça perante a corte. Mas é para isso mesmo que serve o humor, para dizer as verdades com graça e aparente leveza, fazendo rir de si mesmos até os próprios visados.
     O Auto da Índia tem um enredo simples e aparentemente trivial e inócuo. Um marinheiro parte na carreira das naus para a Índia, deixando a sua mulher, Constança, entregue a si mesma na companhia de uma criada (a Moça). Logo após a partida do marido, Constança entrega-se alternadamente a dois amantes: Juan de Zamora, um dos muitos castelhanos que se passeava e exibia pelas ruas da Lisboa quinhentista e Lemos, um português algo rude e pouco disposto a sustentar a amante. O riso brota facilmente do cómico de situação, quando Constança é visitada simultaneamente pelos dois amantes. Quando o marido regressa, Constança finge ter levado uma vida devota e recatada e simula até ter ciúmes das “índias” que ele terá conhecido por lá. A única coisa que realmente interessa a Constança é usufruir da possível riqueza que o marido terá angariado. Esperança vã; o marido regressa são mas pobre. Os proventos da viagem terão sido todos açambarcados pelo comandante da armada, fazendo crer que a ambição e a cobiça eram sempre vãs porque nunca havia uma distribuição equitativa da riqueza e dos lucros. Depois de milhares de quilómetros navegados e anos de traição, tudo volta ao estado inicial, tornando evidente a falsidade e a hipocrisia das relações maritais e dos comportamentos sociais.
     O castelhano é pródigo em palavras, um exibicionista gabarolas e galanteador, mas não lhe paga a comida das refeições, de que ela nem precisa, como a contragosto faz Lemos. O marido deixou-lhe o suficiente mas mesmo assim ela lamenta-se, como se tal falsa acusação a desculpasse do adultério. O que poderia atenuar a sua culpa seria sobretudo a ausência prolongada do marido, a dúvida sobre o seu regresso e o facto evidente de não ser casada por amor mas por interesse. De algum modo, Gil Vicente denuncia simultaneamente estes casamentos de fachada, ditados por interesses materiais, e a frequência do adultério durante a prolongada ausência dos maridos. Cada viagem de ida e volta podia durar dois a três anos e o regresso era sempre incerto por variados motivos. Uns morriam no mar em naufrágios, outros sucumbiam às doenças (sobretudo o escorbuto e as disenterias, a febre tifoide, a malária e outras) ou morriam nas batalhas de conquista e ocupação dos novos territórios distantes. Outros ainda optavam por ficar por lá, rendidos ao fascínio do distante e exótico e a possibilidade de enriquecerem rápida e facilmente.
    E assim se construiu um império periclitante espalhado pelos quatro cantos do mundo que se desfez como um sonho. Mais tarde, Fernando Pessoa idealizaria um Quinto Império (Mensagem, 1934), de natureza espiritual e não material, o único que pode verdadeiramente perdurar. Sonho errante e peregrino… deve andar por aí, meio sombra meio luz, perdido em alguma caverna platónica…


NOTA 1: Não pude ainda converter em vídeo o powerpoint que preparei para complementar este post. O computador da minha filha, onde costumo fazer a conversão, está “doente”. Logo que seja possível, carregarei o vídeo no Youtube e neste blog. O álbum de fotografias do Picasa será partilhado publicamente no Google + com este post.
NOTA 2: Finalmente consegui fazer a conversão! Aqui fica o vídeo...





 Auto da Índia, Escola Secundária D. Pedro V, 11.º 13 - photography by São Ludovino.

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