terça-feira, 22 de maio de 2018

TEATRO NA ESCOLA XXIV


HERÓIS, ANTI-HERÓIS E QUIMERAS - II
Felizmente Há Luar! de Luís de Sttau Monteiro (1961), interpretado pelos alunos de Artes do Espectáculo – Interpretação da Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa - 27/2/2018, 1/3/2018, 2/3/2018. Encenação de Victor Sezinando.

GOMES FREIRE, HERÓI E ANTI-HERÓI

     Felizmente Há Luar! mostra Gomes Freire como um herói popular, admirado e amado pelo povo mais humilde e temido pelo poder instituído. Foi de facto um militar muito eficaz, um bom estratega, vencedor de muitas batalhas, respeitado por muitos dos seus soldados. Era ambicioso e muito irreverente com os seus superiores que considerava geralmente inaptos, queria progredir rapidamente na carreira militar (embora só tenha chegado a general, em Portugal, por volta dos cinquenta) e pensava ter o melhor plano para a reorganização do exército português. Estas características e factos geraram sucessivos conflitos com os seus pares, mas sobretudo com as cúpulas militares portuguesas e inglesas. Colocou-se ao serviço dos mais poderosos (a czarina Catarina II da Rússia e Napoleão, entre outros) como se procurasse sempre a vitória, o êxito e o reconhecimento pessoal. Catarina II premiou-o com uma patente militar, uma “espada de honra”, recebida das suas próprias mãos, benesses várias e, dizem alguns, a entrada nos seus aposentos privados. Consta que era bem-parecido e sedutor e Catarina II era ela mesma uma sedutora. As desavenças surgidas entre Gomes Freire e o príncipe Potemkin, chefe máximo dos exércitos russos e favorito da czarina, parecem fundamentar o boato. Napoleão elogiou-o e deu-lhe a Legião de Honra como reconhecimento pelos serviços prestados a França, sobretudo enquanto comandante dos regimentos da Legião Portuguesa.
     Em Portugal, aquando da primeira invasão francesa, rende-se facilmente ao general Solano, (militar espanhol que tinha passado a combater ao lado dos franceses e a obedecer às ordens directas de Junot) no Alentejo, e segue com as tropas francesas, espanholas e portuguesas (Legião Portuguesa) para combater aqueles a quem chamavam os “insurgentes” ou “insurrectos”, em Espanha. Há registos que mostram a sua participação no cerco e massacre de Saragoça, liderando um corpo militar português constituído por 2 060 homens que lutava ao lado dos invasores franceses (cf. A History of the Peninsular War, Sir Charles William Chadwick Oman (1860-1946), Vol. 1, Oxford, 1902, p. 157). Curiosamente, este autor escreve “Gomez Freire” sem mencionar que era português. Será que não sabia? Antes referira que vários batalhões portugueses, mal equipados e já desgastados pelos combates com os franceses em Portugal, seguiam agora (em Espanha) ao lado dos exércitos napoleónicos e dos espanhóis colaborantes, sem nunca referir quem os comandava. Menciona sim o general Cuesta (espanhol) que voltarei a referir mais adiante porque impediu que Gomes Freire fosse apanhado pelos insurgentes.
     Os insurgentes eram massas populares que se revoltavam contra a ocupação francesa, a opressão e a rapina de que eram vítimas, gente muito semelhante aos rebeldes portugueses, com uma condição semelhante à daqueles populares de Felizmente Há Luar! que enchem o palco simplesmente por estarem presentes. Ajuda a matar esses modestos libertadores de quem não reza a história e prossegue lado a lado com as tropas napoleónicas chefiando batalhões da Legião Portuguesa que, conjuntamente com o Marquês de Alorna (D. Pedro de Almeida, que virá a morrer na Campanha da Rússia), tinha ajudado a recrutar, usando em parte a sua popularidade junto de uma parte do exército português.
     Antes das invasões, tinha lutado na Campanha do Rossilhão contra os franceses a quem depois se uniria. Do mesmo modo que luta ao lado dos exércitos russos contra os Otomanos para depois participar na invasão falhada da Rússia por Napoleão. Para aí levou milhares de Portugueses (entre os 16 e os 60 anos… alguns relatos falam mesmo de miúdos de 12 e 13 anos) para perecerem da forma mais cruel e inglória. A Legião Portuguesa tinha entre 9 000 e 12 000 homens, os poucos que tinham restado do combate às invasões francesas; muitos tentaram desertar, foram feitos prisoneiros, executados, poucos regressaram. Desses poucos, a maioria só tinha horrores para contar. Mas não foram só os Portugueses que por lá ficaram. Napoleão reuniu um exército de quase meio milhão de homens (de várias nações europeias e não só, as legiões de mercenários) para invadir a Rússia; só cerca de 18 000 regressaram.
     Pouco depois de Junot se ter apoderado de Lisboa, Gomes Freire e o Marquês de Alorna terão sido dos primeiros militares de alta patente a apresentar-se na Regência (francesa) para oferecer os seus serviços. Talvez por esse motivo, Napoleão e Junot encarregam precisamente o Marquês de Alorna e Gomes Freire de recrutarem a Legião Portuguesa que lutaria ao lado das tropas napoleónicas por essa Europa fora. E deste modo foram ceifadas milhares de vidas em nome de um déspota que trazia a liberdade na ponta da baioneta. Para agravar as suspeitas que sobre ele caíam, Gomes Freire foi eleito Grão-Mestre da Maçonaria portuguesa (1815), organização secreta elitista que, nessa época, visava entre outras coisas, destruir todas as monarquias da Europa, sobretudo as absolutas. Vários autores apontam-no como fundador do Grande Oriente Lusitano (GOL). Além de Gomes Freire, aí pontificaram outros nomes como o Conde de Sampaio (Sebastião José de Sampaio Melo e Castro de Lusignan, 1764-1826, irmão do 2.º Conde de Sampaio, que D. João VI nomeara para 1.º Secretário da primeira Regência (1807-1808), sendo D. Miguel Pereira Forjaz Secretário substituto, e casado com uma filha do Marquês de Pombal, Teresa Violante Eva Judite de Daun). Foi juiz e, além de Gomes Freire, um dos principais elos de ligação com a Maçonaria francesa e, mais tarde, com a inglesa. Foi perseguido e deportado para a ilha Terceira (1810), daí evadiu-se para Londres com o auxílio da Maçonaria inglesa e passou posteriormente para Paris, vindo depois a integrar a Junta Governativa após a Revolução Liberal. Nas reuniões secretas participavam muitos outros dissidentes e provavelmente alguns infiltrados, como terá sido Morais Sarmento, parente de Gomes Freire. Mais tarde, a partir de Londres, Morais Sarmento tentará justificar-se da denúncia que terá feito, afirmando que todas as suas acções tinham sido ordenadas por Beresford. (Cf. Memoria sobre a conspiração de 1817, anónimo, Impressão Liberal, Lisboa, 1822 – Segundo um artigo da revista Ocidente, vol. 13, 1890, trata-se de «uma carta, assinada por Pedro Pinto de Morais Sarmento, escrita em Londres a 8 de Maio de 1821»).   
     Todos estes factos ajudam a explicar por que foi considerado um traidor e acusado de conspirar contra a monarquia e a Regência. Gomes Freire não foi de facto um herói perfeito, foi sim um mártir; foi um herói para quem quis ver nele um herói, tal como Napoleão, a quem Gomes Freire chamava “o Homem”, foi um herói libertador para muitos. 
     Gomes Freire de Andrade (1757-1817) não era oriundo do povo, era um aristocrata, nascido em Viena (Áustria), filho do embaixador português, Ambrósio Freire de Andrade e da condessa de Schafgoche, oriunda de uma família aristocrata da Boémia. Ainda antes de vir para Portugal, foi-lhe atribuída uma comenda da Ordem de Cristo, embora se desconheçam os motivos. Desde que chegou a Portugal, moveu-se sempre nos círculos de gente muito influente, alguns deles seus parentes em graus diferentes. Era primo de D. Miguel Pereira Forjaz e de Bernardim Freire de Andrade, com quem esteve na Campanha do Rossilhão, e era sobrinho do 2.º conde de Bobadela, que tinha sido Governador das Armas do Porto. Nas suas cartas, dá a entender que conhecia pessoalmente alguns membros da Regência do Reino.
     É muito interessante a leitura das cartas que Gomes Freire dirige a Sousa Falcão após a queda de Napoleão, quando tentava regressar a Portugal sem “mácula”. Aliás, grande parte da correspondência de 1814 e 1815 tem o objectivo fundamental de se “justificar”, como ele próprio afirma várias vezes. A posição de Sousa Falcão também é curiosa, sobretudo porque a partir de determinado momento se torna algo hesitante ou silenciosa. Subentende-se, no entanto, que Sousa Falcão terá avisado repetidamente Gomes Freire (enquanto este ainda estava em Paris) que não seria seguro regressar a Portugal.
     O que é certo é que a posição de Gomes Freire em relação a algumas das pessoas dos seus círculos sociais e familiares em Portugal foi mudando à medida que pressentia que dificilmente se livraria do epíteto de jacobino e traidor. Numa carta dirigida a Sousa Falcão, datada de 12 de Junho de 1814, ainda pede ao amigo que envie saudações a alguns deles:

     «Manda-me dizer o que é feito do Conde de Bobadela, do Principal, do Nuno, da prima Isabel, e de todos os nossos parentes, e dá recados a todos que ainda existirem, e particularmente a D. Miguel, pois eu sei que ele disse sempre bem de mim.»

* 3.º Conde de Bobadela – Gomes Freire de Andrade, 1774-1831, primo de Gomes Freire, também combateu na Campanha do Rossilhão contra os Franceses. Casou com Ana Joaquina Maria do Resgate Miranda Henriques, que era filha do 1.º visconde de Sousel, António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia Leitão de Pina e Melo. Segundo Manuel Barradas (biógrafo de Gomes Freire, este visconde fazia parte da Regência em 1817). Este “querido” parente, requer em 25/11/1817 que a herança de Gomes Freire caiba às suas filhas, lamentando a mácula que caiu sobre uma família tão honrada «que o Réu tão vivamente ofendeu» (Torre do Tombo: Avisos e Portarias). Inqualificável mesquinhez e baixeza de carácter!   
* Principal – O Principal Sousa ou o Principal Castro (D. Francisco Rafael de Castro, 1750-1816), seu parente, que tinha sido nomeado para a primeira Regência (26 de Novembro de 1807) por D. João VI após a sua partida para o Brasil. Foi defensor da “acomodação com a ocupação francesa” e por isso acabou por ser demitido. Será que não sabia que o Principal Castro tinha sido destituído do cargo?
* Nuno – Nuno Freire de Andrade e Castro de Sousa Falcão de Figueiredo, 1.º conde de Camarido, 1765-1845, irmão de Bernardim Freire de Andrade, ambos primos de Gomes Freire de Andrade. Também combateu na Campanha do Rossilhão e da Catalunha contra os Franceses. «Em Janeiro de 1808, tanto Bernardim como o seu irmão Nuno e o seu cunhado Miguel Pereira de Forjaz pediram formalmente aos representantes franceses a demissão de todos os cargos.» (Cf. Bernardim Freire de Andrade, Tenente-General (1759-1809), Nuno Lemos Pires, Academia Militar, 2013).
* “prima Isabel” – D. Isabel Umbelina Xavier d’Almeida (?) viúva de Bernardim Freire de Andrade, seu primo, embora Gomes Freire nunca se refira a Bernardim uma única vez (morto 5 anos antes); era filha do 2.º Conde da Bobadela (José António Freire de Andrade, 1705-1784) e irmã do 3.º Conde de Bobadela. Ou “D. Maria Isabel Correia de Melo e Brito de Alvim Pinto, dama camarista da rainha D. Carlota Joaquina, filha e herdeira de José Correia de Melo e Brito de Alvim e Pinto, moço fidalgo” (?), mulher do irmão mais novo de Bernardim Freire de Andrade, Nuno Freire de Andrade e Castro de Sousa Falcão de Figueiredo, 1.º conde de Camarido.
* D. Miguel – Miguel Pereira Forjaz (1769-1827), primo de Gomes Freire de Andrade e um dos Governadores do Reino em 1817. Também combateu na Campanha do Rossilhão e enfrentou os Franceses durante as invasões.

     Em carta de 22 de Junho de 1814, escreve:

     «Escrevo a D. Miguel duas cartas, uma como Secretário de Estado e outra como Primo e amigo, porém nenhuma delas para desculpar-me, pois não me sinto culpado, mas só sim preveni-lo que aqui me acho e contar-lhe o que passei. 
     Havendo quase seis anos que não tenho notícias de Portugal, ignoro o que tem sido feito de nossos parentes, portanto diz-me onde está o Conde de Bobadela, a Prima Isabel, o Nuno, o Principal, se vivem e estão bons.»

     Em carta de 29 de Junho de 1814, pede dinheiro a Sousa Falcão, tal como faz repetidas vezes. Os seus bens tinham sido confiscados pelo Erário público, tal como tinha acontecido com todos os que tinham servido a França e eram considerados traidores. «A tua casa foi posta em administração, e todos os seus rendimentos mandados recolher a Erário, assim como os de todos os outros que serviram em França», escreve Sousa Falcão. Em várias cartas queixa-se também da falta de pagamento do soldo por parte dos Franceses. A linguagem é algo enigmática, é possível que se refira à pressão dos credores… ou algo mais. Beresford, comandando um exército conjunto britânico, português e espanhol, tomara Bordéus a 12 de Março de 1814, a França tinha sido obrigada a capitular a 31 de Março de 1814 e Napoleão forçado a abandonar o trono a 4 de Abril do mesmo ano. A última batalha da Guerra Peninsular, a batalha de Toulouse, foi travada entre 10 e 12 de Abril de 1814, sendo o exército francês, comandado por Soult, vencido pelo exército aliado constituído por tropas da Inglaterra, Portugal e Espanha, cujo lema tinha sido sempre “Paz para a França, guerra a Napoleão” (cf. Declaração de Frankfurt, assinada pelos aliados em 1 de Dezembro de 1813). Depois de ter sido desterrado (3/5/1814) e ter fugido (26/2/1815) da ilha de Elba, no Mediterrâneo, Napoleão regressa a Paris (20/3/1815) para governar durante Cem Dias, tendo sido novamente destituído e desterrado para a ilha britânica de Santa Helena (22/6/1815), após a batalha perdida de Waterloo (18/6/1815). Napoleão viria a morrer em Santa Helena em 1821. É evidente a ansiedade de Gomes Freire à medida que a queda de Napoleão se aproximava, chegando a escrever várias cartas no mesmo dia, lendo ávido o Le Moniteur, órgão oficial da propaganda política de Napoleão… e escrevendo a seu primo D. Miguel Pereira Forjaz duas cartas “justificativas”, precisamente no dia 22 de Junho de 1815, quando Napoleão é definitivamente exilado na ilha de Santa Helena. 

Carta de 29 de Junho de 1814, dirigida a Sousa Falcão:
     «Manda-me 1 600 francos com a brevidade possível, tanto para não ficar encalacrado, como também para safar-me ainda a tempo, antes que arrebente a trovoada, que os mares estão muito crespos.»

Carta de 2 de Fevereiro de 1815. Fala a Sousa Falcão de um sonho enigmático e premonitório que parece estar em linguagem codificada:
      

     «(…) Sonhei que me achava na China, aonde uma grande província tinha sido invadida pelo inimigo, e achando-se esta desprovida de tropas, o Imperador chamou em seu socorro os Tártaros seus aliados, estes vieram prontamente, deitaram fora os tais inimigos dos Chinas, e como o Imperador tinha tido pouco cuidado no seu exército, deram-lhe um cabo escolhido entre eles para lhe organizar e disciplinar as suas tropas; o Imperador agradou-se tanto deste Tártaro que além de muitas honras e poderes que lhe concedeu, fê-lo mandarim, escreveu-lhe uma carta, em que lhe dizia que ilustrasse com os seus conselhos os 4 mandarins, e os animasse; e portanto pô-lo acima deles, de que os Mandarins Chinas não gostaram e para lhe fazer pirraça lembraram-se de chamar à Pérsia um China que ali militava, e que eles tinham em conta de tão grande militar como era o tal Tártaro, porém este, que era muito vivo, fiado nos seus poderes, que eram os mesmos que algum dia se concediam aos Ditadores Romanos, arma uma trempe ao pobre China, prende-o e põe-no em conselho de guerra, e vendo os mandarins que o Tártaro pugnava pela sua autoridade, calaram-se todos muito bem calados, e o pobre China foi fuzilado, sem que ninguém punisse por ele, e eu acordando aos estrondos dos tiros assentei de nunca jogar as cristas com Generais Tártaros, mas sim de pendurar logo que chegasse a Lisboa a minha espada à parede, para a deixar enferrujar bem à sua vontade!... Que me dizes do sonho? 
     Muitos recados da Sr.ª D. Matilde, venha o dinheiro e breve terei então o gosto de segurar-te que sou / teu verdadeiro am.º e P.º fiel».


Possível interpretação:
* Sonhou que estava na China = sonhou que estava em Portugal
* Tártaro = Beresford
* Tártaros = Ingleses
* Pérsia = França
* China = Gomes Freire
* “acordando aos estrondos dos tiros” = derrocada de Napoleão, vitória das forças aliadas e perseguição aos colaboracionistas em Portugal

     Em carta de 19 de Outubro de 1814, já o quadro que pinta é outro e não envia saudações a nenhum dos anteriormente nomeados. Insiste em dizer que nunca voltou à Península depois de partir com as tropas francesas, embora ele próprio devesse ter consciência de que esse não era o busílis da questão. Deveras irónica é a comparação do Principal Sousa com Robespierre, o revolucionário francês. Pela primeira vez evoca os Ingleses, que sempre odiara, em tom favorável. Provavelmente, esses amigos ingleses eram os seus confrades da maçonaria inglesa:

      «Aproveito a ida de Luís Mendes para falar-te sem rebuço a respeito dos motivos que me levam a teimar a justificar que não fui à Península, desde que deixei Portugal, de Paris, e não preso na Torre de Belém, ou na cadeia do Castelo ou do Limoeiro. 
     Tu conheces como eu o nosso governo arbitrário e despótico, a maioria dos Governadores é composta de homens bons porém estão influídos pelo Princip… S…, que todos me pintam com fígados de Robespierre, e por algumas cousas que sei dele, vejo que é verdade o que me disseram a seu respeito os ingleses, que o pintam com as cores mais negras.»


     Noutra carta, percebe-se melhor o seu ódio ao Principal Sousa, que Gomes Freire acredita ser quem de facto domina toda a Regência. Refere aí as graves desavenças que teve com D. Rodrigo, irmão do Principal Sousa, durante as “desordens de Campo de Ourique”, em que Gomes Freire terá desafiado e humilhado D. Rodrigo. Quanto ao poder que a Igreja tinha sobre a mente do povo mais simples não há qualquer dúvida, mas Gomes Freire estava enganado quanto ao poder político e executivo do Principal Sousa. Esse continuava a estar sobretudo nas mãos de Beresford, mesmo estando este em constante conflito com os restantes membros da Regência, e continuando a ser sobretudo um chefe militar.
     Estranho e curioso é o facto de Gomes Freire nunca se referir a D. Miguel como seu inimigo. Na carta que lhe dirige de Paris, datada de 22 de Junho de 1815, usa uma linguagem familiar e coloquial como quem fala com um parente e amigo. Nessa longa carta, Gomes Freire faz um relato bastante técnico, usando termos militares (D. Miguel era também um militar), sobre alguns dos seus movimentos, tentando sempre provar que, apesar de ter combatido nas hostes francesas, nunca tinha combatido contra Portugal. Em muitos momentos, percebe-se até que Gomes Freire pretende justificar as suas escolhas com o facto de ser um militar e ter o dever de obedecer aos seus superiores, mesmo que fossem inimigos. Apesar de tudo isso, repete ele a Sousa Falcão «sou e serei sempre português». A carta dirigida a D. Miguel termina com todo o afecto, respeito e alguma esperança:

     «Portanto resolvo-me, enquanto não receber a este respeito resposta tua, de gazear por Paris e Londres; assim meu Primo do Coração dê-me brevemente a certeza que se acredita o que contém esta Carta; e com ela o gosto que possa abraçar-te, e protestando os meus respeitos à Sr.ª Condessa seguro-te que sou teu – P.mo e fiel am.o – Gomes Freire»

     Todos estes excertos foram extraídos da melhor biografia de Gomes Freire de Andrade, a de Raúl Brandão (1867-1930). Foi publicada pela primeira vez em 1914, durante a primeira república com o título A Conspiração de 1817, num tempo em que a palavra “conspiração” tinha quase sempre uma conotação positiva, conspirar era libertar e não trair. Aliás, a primeira república decretou o dia 18 de Outubro feriado nacional. Mais tarde, o próprio autor mudou o título para Vida e Morte de Gomes Freire. A edição que possuo é das Publicações Alfa, Lisboa, 1990. Mas sei que nos últimos meses o jornal Público editou uma série fac-similada de várias obras de Raúl Brandão; penso que incluía esta biografia. Nas bibliotecas e arquivos já mencionados, podem encontrar-se muitas referências esparsas a Gomes Freire, mas a obra de Raúl Brandão é nitidamente a mais completa… apesar da atitude apologética e de algumas lacunas. Por exemplo, não refere em parte alguma um outro primo de Gomes Freire, Bernardim Freire de Andrade, que foi assassinado de forma tão trágica e ignominiosa como Gomes Freire enquanto tentava defender o país dos invasores franceses. Dele falarei no post seguinte, terminando aqui a referência a Gomes Freire que, no entanto, poderia prosseguir por muitas mais páginas.


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Felizmente Há Luar! - Luís de Sttau Monteiro, photography by São Ludovino.





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