HERÓIS,
ANTI-HERÓIS E QUIMERAS - II
Felizmente Há Luar! de
Luís de Sttau Monteiro (1961), interpretado pelos alunos de Artes do
Espectáculo – Interpretação da Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa -
27/2/2018, 1/3/2018, 2/3/2018. Encenação de Victor Sezinando.
GOMES
FREIRE, HERÓI E ANTI-HERÓI
Felizmente
Há Luar! mostra Gomes Freire como um herói popular, admirado e amado pelo
povo mais humilde e temido pelo poder instituído. Foi de facto um militar muito
eficaz, um bom estratega, vencedor de muitas batalhas, respeitado por muitos
dos seus soldados. Era ambicioso e muito irreverente com os seus superiores que
considerava geralmente inaptos, queria progredir rapidamente na carreira
militar (embora só tenha chegado a general, em Portugal, por volta dos
cinquenta) e pensava ter o melhor plano para a reorganização do exército
português. Estas características e factos geraram sucessivos conflitos com os
seus pares, mas sobretudo com as cúpulas militares portuguesas e inglesas.
Colocou-se ao serviço dos mais poderosos (a czarina Catarina II da Rússia e
Napoleão, entre outros) como se procurasse sempre a vitória, o êxito e o
reconhecimento pessoal. Catarina II premiou-o com uma patente militar, uma
“espada de honra”, recebida das suas próprias mãos, benesses várias e, dizem
alguns, a entrada nos seus aposentos privados. Consta que era bem-parecido e
sedutor e Catarina II era ela mesma uma sedutora. As desavenças surgidas entre
Gomes Freire e o príncipe Potemkin, chefe máximo dos exércitos russos e
favorito da czarina, parecem fundamentar o boato. Napoleão elogiou-o e deu-lhe
a Legião de Honra como reconhecimento pelos serviços prestados a França,
sobretudo enquanto comandante dos regimentos da Legião Portuguesa.
Em Portugal, aquando da primeira invasão
francesa, rende-se facilmente ao general Solano, (militar espanhol
que tinha passado a combater ao lado dos franceses e a obedecer às ordens
directas de Junot) no Alentejo, e segue com as tropas francesas, espanholas e portuguesas
(Legião Portuguesa) para combater aqueles a quem chamavam os “insurgentes” ou
“insurrectos”, em Espanha. Há registos que mostram a sua participação no cerco
e massacre de Saragoça, liderando um corpo militar português constituído por 2
060 homens que lutava ao lado dos invasores franceses (cf. A History of the
Peninsular War, Sir Charles William Chadwick Oman (1860-1946), Vol. 1, Oxford,
1902, p. 157). Curiosamente, este autor escreve “Gomez Freire” sem mencionar
que era português. Será que não sabia? Antes referira que vários batalhões
portugueses, mal equipados e já desgastados pelos combates com os franceses em
Portugal, seguiam agora (em Espanha) ao lado dos exércitos napoleónicos e dos
espanhóis colaborantes, sem nunca referir quem os comandava. Menciona sim o
general Cuesta (espanhol) que voltarei a referir mais adiante porque impediu
que Gomes Freire fosse apanhado pelos insurgentes.
Os insurgentes eram massas populares que
se revoltavam contra a ocupação francesa, a opressão e a rapina de que eram
vítimas, gente muito semelhante aos rebeldes portugueses, com uma condição
semelhante à daqueles populares de Felizmente Há Luar! que enchem o palco
simplesmente por estarem presentes. Ajuda a matar esses modestos libertadores
de quem não reza a história e prossegue lado a lado com as tropas napoleónicas
chefiando batalhões da Legião Portuguesa que, conjuntamente com o Marquês de
Alorna (D. Pedro de Almeida, que virá a morrer na Campanha da Rússia), tinha
ajudado a recrutar, usando em parte a sua popularidade junto de uma parte do
exército português.
Antes das invasões, tinha lutado na
Campanha do Rossilhão contra os franceses a quem depois se uniria. Do mesmo
modo que luta ao lado dos exércitos russos contra os Otomanos para depois
participar na invasão falhada da Rússia por Napoleão. Para aí levou milhares de
Portugueses (entre os 16 e os 60 anos… alguns relatos falam mesmo de miúdos de
12 e 13 anos) para perecerem da forma mais cruel e inglória. A Legião
Portuguesa tinha entre 9 000 e 12 000 homens, os poucos que tinham restado do
combate às invasões francesas; muitos tentaram desertar, foram feitos
prisoneiros, executados, poucos regressaram. Desses poucos, a maioria só tinha
horrores para contar. Mas não foram só os Portugueses que por lá ficaram.
Napoleão reuniu um exército de quase meio milhão de homens (de várias nações
europeias e não só, as legiões de mercenários) para invadir a Rússia; só cerca
de 18 000 regressaram.
Pouco depois de Junot se ter apoderado de
Lisboa, Gomes Freire e o Marquês de Alorna terão sido dos primeiros militares
de alta patente a apresentar-se na Regência (francesa) para oferecer os seus
serviços. Talvez por esse motivo, Napoleão e Junot encarregam precisamente o
Marquês de Alorna e Gomes Freire de recrutarem a Legião Portuguesa que lutaria
ao lado das tropas napoleónicas por essa Europa fora. E deste modo foram ceifadas
milhares de vidas em nome de um déspota que trazia a liberdade na ponta da
baioneta. Para agravar as suspeitas que sobre ele caíam, Gomes Freire foi
eleito Grão-Mestre da Maçonaria portuguesa (1815), organização secreta elitista
que, nessa época, visava entre outras coisas, destruir todas as monarquias da
Europa, sobretudo as absolutas. Vários autores apontam-no como fundador do
Grande Oriente Lusitano (GOL). Além de Gomes Freire, aí pontificaram outros
nomes como o Conde de Sampaio (Sebastião José de Sampaio Melo e Castro de
Lusignan, 1764-1826, irmão do 2.º Conde de Sampaio, que D. João VI nomeara para
1.º Secretário da primeira Regência (1807-1808), sendo D. Miguel Pereira Forjaz
Secretário substituto, e casado com uma filha do Marquês de Pombal, Teresa
Violante Eva Judite de Daun). Foi juiz e, além de Gomes Freire, um dos
principais elos de ligação com a Maçonaria francesa e, mais tarde, com a
inglesa. Foi perseguido e deportado para a ilha Terceira (1810), daí evadiu-se
para Londres com o auxílio da Maçonaria inglesa e passou posteriormente para
Paris, vindo depois a integrar a Junta Governativa após a Revolução Liberal.
Nas reuniões secretas participavam muitos outros dissidentes e provavelmente
alguns infiltrados, como terá sido Morais Sarmento, parente de Gomes Freire.
Mais tarde, a partir de Londres, Morais Sarmento tentará justificar-se da
denúncia que terá feito, afirmando que todas as suas acções tinham sido
ordenadas por Beresford. (Cf. Memoria sobre a conspiração de 1817, anónimo,
Impressão Liberal, Lisboa, 1822 – Segundo um artigo da revista Ocidente, vol.
13, 1890, trata-se de «uma carta, assinada por Pedro
Pinto de Morais Sarmento, escrita em Londres a 8 de Maio de 1821»).
Todos estes factos ajudam a explicar por
que foi considerado um traidor e acusado de conspirar contra a monarquia e a
Regência. Gomes Freire não foi de facto um herói perfeito, foi sim um mártir;
foi um herói para quem quis ver nele um herói, tal como Napoleão, a quem Gomes
Freire chamava “o Homem”, foi um herói libertador para muitos.
Gomes Freire de Andrade (1757-1817) não
era oriundo do povo, era um aristocrata, nascido em Viena (Áustria), filho do
embaixador português, Ambrósio Freire de Andrade e da condessa de Schafgoche,
oriunda de uma família aristocrata da Boémia. Ainda antes de vir para Portugal,
foi-lhe atribuída uma comenda da Ordem de Cristo, embora se desconheçam os
motivos. Desde que chegou a Portugal, moveu-se sempre nos círculos de gente
muito influente, alguns deles seus parentes em graus diferentes. Era primo de
D. Miguel Pereira Forjaz e de Bernardim Freire de Andrade, com quem esteve na
Campanha do Rossilhão, e era sobrinho do 2.º conde de Bobadela, que tinha sido
Governador das Armas do Porto. Nas suas cartas, dá a entender que conhecia pessoalmente
alguns membros da Regência do Reino.
É muito interessante a leitura das cartas
que Gomes Freire dirige a Sousa Falcão após a queda de Napoleão, quando tentava
regressar a Portugal sem “mácula”. Aliás, grande parte da correspondência de 1814
e 1815 tem o objectivo fundamental de se “justificar”, como ele próprio afirma
várias vezes. A posição de Sousa Falcão também é curiosa, sobretudo porque a
partir de determinado momento se torna algo hesitante ou silenciosa.
Subentende-se, no entanto, que Sousa Falcão terá avisado repetidamente Gomes
Freire (enquanto este ainda estava em Paris) que não seria seguro regressar a
Portugal.
O que é certo é que a posição de Gomes
Freire em relação a algumas das pessoas dos seus círculos sociais e familiares
em Portugal foi mudando à medida que pressentia que dificilmente se livraria do
epíteto de jacobino e traidor. Numa carta dirigida a Sousa Falcão, datada de 12
de Junho de 1814, ainda pede ao amigo que envie saudações a alguns deles:
*
3.º Conde de Bobadela – Gomes Freire de Andrade, 1774-1831, primo de Gomes
Freire, também combateu na Campanha do Rossilhão contra os Franceses. Casou com
Ana Joaquina Maria do Resgate Miranda Henriques, que era filha do 1.º visconde
de Sousel, António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia
Leitão de Pina e Melo. Segundo Manuel Barradas (biógrafo de Gomes Freire, este
visconde fazia parte da Regência em 1817). Este “querido” parente, requer em
25/11/1817 que a herança de Gomes Freire caiba às suas filhas, lamentando a
mácula que caiu sobre uma família tão honrada «que o Réu tão vivamente ofendeu»
(Torre do Tombo: Avisos e Portarias). Inqualificável mesquinhez e baixeza de
carácter!
*
Principal – O Principal Sousa ou o Principal Castro (D. Francisco Rafael de
Castro, 1750-1816), seu parente, que tinha sido nomeado para a primeira
Regência (26 de Novembro de 1807) por D. João VI após a sua partida para o
Brasil. Foi defensor da “acomodação com a ocupação francesa” e por isso acabou
por ser demitido. Será que não sabia que o Principal Castro tinha sido
destituído do cargo?
*
Nuno – Nuno Freire de Andrade e Castro
de Sousa Falcão de Figueiredo, 1.º conde de Camarido, 1765-1845,
irmão de Bernardim Freire de Andrade, ambos primos de Gomes Freire de Andrade.
Também combateu na Campanha do Rossilhão e da Catalunha contra os Franceses. «Em
Janeiro de 1808, tanto Bernardim como o seu irmão Nuno e o seu cunhado Miguel
Pereira de Forjaz pediram formalmente aos representantes franceses a demissão
de todos os cargos.» (Cf. Bernardim Freire de Andrade, Tenente-General
(1759-1809), Nuno Lemos Pires, Academia Militar, 2013).
*
“prima Isabel” – D. Isabel Umbelina Xavier d’Almeida (?) viúva de Bernardim
Freire de Andrade, seu primo, embora Gomes Freire nunca se refira a Bernardim
uma única vez (morto 5 anos antes); era filha do 2.º Conde da Bobadela (José
António Freire de Andrade, 1705-1784) e irmã do 3.º Conde de Bobadela. Ou “D.
Maria Isabel Correia de Melo e Brito de Alvim Pinto, dama camarista da rainha
D. Carlota Joaquina, filha e herdeira de José Correia de Melo e Brito de Alvim
e Pinto, moço fidalgo” (?), mulher do irmão mais novo de Bernardim Freire de
Andrade, Nuno Freire de Andrade e
Castro de Sousa Falcão de Figueiredo, 1.º conde de Camarido.
*
D. Miguel – Miguel Pereira Forjaz (1769-1827), primo de Gomes Freire de Andrade
e um dos Governadores do Reino em 1817. Também combateu na Campanha do
Rossilhão e enfrentou os Franceses durante as invasões.
Em carta de 22 de Junho de 1814, escreve:
«Escrevo a D. Miguel duas cartas, uma como Secretário de Estado e outra como Primo e amigo, porém nenhuma delas para desculpar-me, pois não me sinto culpado, mas só sim preveni-lo que aqui me acho e contar-lhe o que passei.
Havendo quase seis anos que não tenho notícias de Portugal, ignoro o que tem sido feito de nossos parentes, portanto diz-me onde está o Conde de Bobadela, a Prima Isabel, o Nuno, o Principal, se vivem e estão bons.»
Em carta de 29 de Junho de 1814, pede
dinheiro a Sousa Falcão, tal como faz repetidas vezes. Os seus bens tinham sido
confiscados pelo Erário público, tal como tinha acontecido com todos os que
tinham servido a França e eram considerados traidores. «A tua casa foi posta em
administração, e todos os seus rendimentos mandados recolher a Erário, assim
como os de todos os outros que serviram em França», escreve Sousa Falcão. Em
várias cartas queixa-se também da falta de pagamento do soldo por parte dos
Franceses. A linguagem é algo enigmática, é possível que se refira à pressão
dos credores… ou algo mais. Beresford, comandando um exército conjunto
britânico, português e espanhol, tomara Bordéus a 12 de Março de 1814, a França
tinha sido obrigada a capitular a 31 de Março de 1814 e Napoleão forçado a
abandonar o trono a 4 de Abril do mesmo ano. A última batalha da Guerra
Peninsular, a batalha de Toulouse, foi travada entre 10 e 12 de Abril de 1814,
sendo o exército francês, comandado por Soult, vencido pelo exército aliado
constituído por tropas da Inglaterra, Portugal e Espanha, cujo lema tinha sido
sempre “Paz para a França, guerra a Napoleão” (cf. Declaração de Frankfurt,
assinada pelos aliados em 1 de Dezembro de 1813). Depois de ter sido desterrado
(3/5/1814) e ter fugido (26/2/1815) da ilha de Elba, no Mediterrâneo, Napoleão
regressa a Paris (20/3/1815) para governar durante Cem Dias, tendo sido
novamente destituído e desterrado para a ilha britânica de Santa Helena
(22/6/1815), após a batalha perdida de Waterloo (18/6/1815). Napoleão viria a
morrer em Santa Helena em 1821. É evidente a ansiedade de Gomes Freire à medida
que a queda de Napoleão se aproximava, chegando a escrever várias cartas no
mesmo dia, lendo ávido o Le Moniteur, órgão oficial da propaganda política de
Napoleão… e escrevendo a seu primo D. Miguel Pereira Forjaz duas cartas
“justificativas”, precisamente no dia 22 de Junho de 1815, quando Napoleão é
definitivamente exilado na ilha de Santa Helena.
Carta
de 29 de Junho de 1814, dirigida a Sousa Falcão:
Carta
de 2 de Fevereiro de 1815. Fala a Sousa Falcão de um sonho enigmático e
premonitório que parece estar em linguagem codificada:
«(…) Sonhei que me achava na China, aonde uma grande província tinha sido invadida pelo inimigo, e achando-se esta desprovida de tropas, o Imperador chamou em seu socorro os Tártaros seus aliados, estes vieram prontamente, deitaram fora os tais inimigos dos Chinas, e como o Imperador tinha tido pouco cuidado no seu exército, deram-lhe um cabo escolhido entre eles para lhe organizar e disciplinar as suas tropas; o Imperador agradou-se tanto deste Tártaro que além de muitas honras e poderes que lhe concedeu, fê-lo mandarim, escreveu-lhe uma carta, em que lhe dizia que ilustrasse com os seus conselhos os 4 mandarins, e os animasse; e portanto pô-lo acima deles, de que os Mandarins Chinas não gostaram e para lhe fazer pirraça lembraram-se de chamar à Pérsia um China que ali militava, e que eles tinham em conta de tão grande militar como era o tal Tártaro, porém este, que era muito vivo, fiado nos seus poderes, que eram os mesmos que algum dia se concediam aos Ditadores Romanos, arma uma trempe ao pobre China, prende-o e põe-no em conselho de guerra, e vendo os mandarins que o Tártaro pugnava pela sua autoridade, calaram-se todos muito bem calados, e o pobre China foi fuzilado, sem que ninguém punisse por ele, e eu acordando aos estrondos dos tiros assentei de nunca jogar as cristas com Generais Tártaros, mas sim de pendurar logo que chegasse a Lisboa a minha espada à parede, para a deixar enferrujar bem à sua vontade!... Que me dizes do sonho?
Muitos recados da Sr.ª D. Matilde, venha o dinheiro e breve terei então o gosto de segurar-te que sou / teu verdadeiro am.º e P.º fiel».
Possível
interpretação:
*
Sonhou que estava na China = sonhou que estava em Portugal
*
Tártaro = Beresford
*
Tártaros = Ingleses
*
Pérsia = França
*
China = Gomes Freire
*
“acordando aos estrondos dos tiros” = derrocada de Napoleão, vitória das forças
aliadas e perseguição aos colaboracionistas em Portugal
Em carta de 19 de Outubro de 1814, já o
quadro que pinta é outro e não envia saudações a nenhum dos anteriormente
nomeados. Insiste em dizer que nunca voltou à Península depois de partir com as
tropas francesas, embora ele próprio devesse ter consciência de que esse não
era o busílis da questão. Deveras irónica é a comparação do Principal Sousa com
Robespierre, o revolucionário francês. Pela primeira vez evoca os Ingleses, que
sempre odiara, em tom favorável. Provavelmente, esses amigos ingleses eram os
seus confrades da maçonaria inglesa:
«Aproveito a ida de Luís Mendes para falar-te sem rebuço a respeito dos motivos que me levam a teimar a justificar que não fui à Península, desde que deixei Portugal, de Paris, e não preso na Torre de Belém, ou na cadeia do Castelo ou do Limoeiro.
Tu conheces como eu o nosso governo arbitrário e despótico, a maioria dos Governadores é composta de homens bons porém estão influídos pelo Princip… S…, que todos me pintam com fígados de Robespierre, e por algumas cousas que sei dele, vejo que é verdade o que me disseram a seu respeito os ingleses, que o pintam com as cores mais negras.»
Noutra carta, percebe-se melhor o seu ódio
ao Principal Sousa, que Gomes Freire acredita ser quem de facto domina toda a
Regência. Refere aí as graves desavenças que teve com D. Rodrigo, irmão do
Principal Sousa, durante as “desordens de Campo de Ourique”, em que Gomes
Freire terá desafiado e humilhado D. Rodrigo. Quanto ao poder que a Igreja
tinha sobre a mente do povo mais simples não há qualquer dúvida, mas Gomes
Freire estava enganado quanto ao poder político e executivo do Principal Sousa.
Esse continuava a estar sobretudo nas mãos de Beresford, mesmo estando este em
constante conflito com os restantes membros da Regência, e continuando a ser
sobretudo um chefe militar.
Estranho e curioso é o facto de Gomes
Freire nunca se referir a D. Miguel como seu inimigo. Na carta que lhe dirige
de Paris, datada de 22 de Junho de 1815, usa uma linguagem familiar e coloquial
como quem fala com um parente e amigo. Nessa longa carta, Gomes Freire faz um
relato bastante técnico, usando termos militares (D. Miguel era também um
militar), sobre alguns dos seus movimentos, tentando sempre provar que, apesar
de ter combatido nas hostes francesas, nunca tinha combatido contra Portugal.
Em muitos momentos, percebe-se até que Gomes Freire pretende justificar as suas
escolhas com o facto de ser um militar e ter o dever de obedecer aos seus
superiores, mesmo que fossem inimigos. Apesar de tudo isso, repete ele a Sousa
Falcão «sou e serei sempre português». A carta dirigida a D. Miguel termina com
todo o afecto, respeito e alguma esperança:
Todos estes excertos foram extraídos da
melhor biografia de Gomes Freire de Andrade, a de Raúl Brandão (1867-1930). Foi
publicada pela primeira vez em 1914, durante a primeira república com o título
A Conspiração de 1817, num tempo em que a palavra “conspiração” tinha quase
sempre uma conotação positiva, conspirar era libertar e não trair. Aliás, a
primeira república decretou o dia 18 de Outubro feriado nacional. Mais tarde, o
próprio autor mudou o título para Vida e Morte de Gomes Freire. A edição que
possuo é das Publicações Alfa, Lisboa, 1990. Mas sei que nos últimos meses o
jornal Público editou uma série fac-similada de várias obras de Raúl Brandão;
penso que incluía esta biografia. Nas bibliotecas e arquivos já mencionados,
podem encontrar-se muitas referências esparsas a Gomes Freire, mas a obra de
Raúl Brandão é nitidamente a mais completa… apesar da atitude apologética e de
algumas lacunas. Por exemplo, não refere em parte alguma um outro primo de
Gomes Freire, Bernardim Freire de Andrade, que foi assassinado de forma tão
trágica e ignominiosa como Gomes Freire enquanto tentava defender o país dos
invasores franceses. Dele falarei no post seguinte, terminando aqui a
referência a Gomes Freire que, no entanto, poderia prosseguir por muitas mais
páginas.
Felizmente Há Luar! - Luís de Sttau Monteiro, photography by São Ludovino.
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