Medeia (431 A.C.), tragédia de Eurípedes (c. 480 – c. 406 a.C.), interpretada pelos alunos do Curso Profissional de Artes do Espectáculo - Interpretação, 12.º 13, no Auditório da Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa, 17/1/2017. Encenação de Estrela Novais.
Entre a Medeia do mito original e o presente distam mais de vinte e cinco séculos e muitos milhares de páginas, em cerca de trezentas obras literárias, várias adaptações musicais, cinematográficas, operáticas e representações pictóricas. Tal como Édipo, e os seus múltiplos avatares, é a figura (mítica) masculina mais recorrente na dramaturgia e literatura, Medeia é a figura (mítica) feminina que mais tinta fez correr. Por que permanece Medeia tão viva e atractiva aos olhos de artistas e criadores?
Não há certamente uma única resposta mas várias, consoante o autor e a época. Foram muitos os rostos, muitas as condutas, as motivações e as almas que lhe foram atribuídas… até Medeia deixar de ser a mítica Medeia e se tornar uma reinvenção em constante metamorfose. Da Medeia original, resta a matriz feminina estereotipada, os seus poderes mágicos e a sua desdita. A extrema crueldade que a maioria dos autores lhe imputou, sobretudo na consumação do infanticídio, nem sequer existia no mito original. Aliás, existem inúmeras versões do mito; em todas Medeia é a feiticeira que ajuda Jasão e os Argonautas a tornarem-se heróis, em nenhuma é mãe infanticida. Nas versões do mito, Medeia e os filhos são repudiados pelo próprio pai das crianças, Jasão, um estranho e ambicioso herói, conduzido desde o início pelo fito de alcançar fama, honra, glória, poder e riqueza. Medeia, com os seus poderes mágicos e o seu amor, é o instrumento que Jasão usa para alcançar tudo isso para depois a repudiar e reduzir à humilhante condição de apátrida. Sem Medeia, Jasão nunca teria conseguido o Velo de Ouro e os Argonautas não seriam os heróis sublimes enaltecidos pelas “suas” proezas em mitos e epopeias. As vitórias de Jasão devem-se quase todas à intervenção mágica de Medeia, ente semi-humano, semi-divino, neta de Hélios, o próprio Sol que, in extremis, a salvará da punição final, mesmo depois de ter assassinado os filhos. Estes são os dois ingredientes trágicos introduzidos por Eurípides (a mãe filicida e a salvação da mesma). Eurípides institui uma nova tradição (a da mãe filicida) que perdurou durante séculos nas múltiplas reinvenções desta tragédia. Mas não a salvação. A maior parte dos autores posteriores preferiram punir Medeia. Como sempre acontece, as personagens e o seu destino reflectem o espírito do tempo (zeitgeist) e os meandros da mente de cada autor…
O próprio significado do nome da protagonista transporta em si um evidente simbolismo e abre portas a inúmeras interpretações do mito e da tragédia. O nome Medeia provém do verbo grego μήδομαι, que significa “eu penso, eu descubro, eu antevejo”. Mais do que os poderes mágicos, o seu dom fundamental é a visão interior. Medeia é, pois, aquela que vê o invisível e o futuro, aquela que abre caminho por entre o desconhecido. Os seus dons são generosos, sendo colocados ao serviço de Jasão e dos Argonautas. A missão épica funde-se com a missão de amor e esse é o núcleo que conduz à tragédia. O que move Jasão e os Argonautas não é o que move Medeia. Perante tais dons, uma pergunta se impõe: o que vê ela sobre o seu próprio futuro, se age quase até ao desenlace final com dedicação e generosidade para com Jasão? E ainda poderá perguntar-se, qual é a autonomia de Medeia, se age sempre em prol dos outros e se o próprio amor que a conduziu foi engendrado pelos desígnios divinos com objectivos bem pouco amorosos?
Hera, mulher de Zeus, é também protectora de Jasão. Conhecendo os poderes mágicos de Medeia, escolhe-a para servir os objectivos de Jasão. Hera pede ajuda a Eros para que este faça com que Medeia se apaixone por Jasão e coloque os seus poderes mágicos ao seu serviço. Eurípides não sublinha esta intervenção divina de modo a deixar que seja a vontade e a paixão humana a conduzir os actos dos mortais.
Eurípides já tinha incluído Medeia em duas tragédias anteriores, como figura secundária. Mas algo o levou a torná-la a protagonista. Que tenha sido o mesmo autor a instituir a tradição literária da Medeia cruel, vingativa, filicida e, simultaneamente, a tenha salvo da punição é o mais intrigante.
O tratamento psicológico de Medeia e as palavras das mulheres de Corinto que formam o coro, e que, de certo modo, manifestam simpatia por Medeia e explicam os seus actos, fazem de Eurípides um homem invulgarmente sensível ao cálvário quotidiano das mulheres do seu tempo. Mas, aparentemente, a maioria do público de então não pensava da mesma maneira. Esta tragédia de Eurípides ficou em terceiro lugar na competição anual das festas dionisíacas. E não me parece que tenha sido nem por Medeia ser uma mãe filicida nem, provavelmente, pela ausência de punição final, embora a punição fosse sempre um ingrediente bem acolhido e fazia parte do padrão da tragédia grega. Os motivos poderão prender-se mais com o tratamento da psicologia profunda da personagem, que dificulta ao espectador a tomada de um partido sem ambiguidades. Se Medeia é a autora do mais hediondo dos crimes (o assassínio dos próprios filhos), Jasão não pode deixar de ser considerado o autor moral e a verdadeira causa de todos os crimes cometidos e de todas as desgraças.
O facto de o infanticídio ser um crime demasiado comum, tolerado e até instigado quer pelas autoridades, como forma de controlo demográfico, quer pelos pais de família que decidiam que filhos deviam viver e quais deviam morrer, também não deve ser alheio à pouca simpatia da audiência pela abordagem de Eurípides. Quantos dos espectadores estariam realmente inocentes desse crime hediondo, sempre decidido pelo homem e não pela mulher? Se alguma consciência tinham, algum mal-estar deve ter causado. O “terror” e a “piedade” que, teoricamente, a tragédia devia provocar na audiência ficavam assim um pouco baralhados e obrigavam cada um a olhar-se no espelho da sua própria conduta. A catarse poderia ser feita, mas não como libertação, antes como culpabilização de cada um, todos autores de filicídio, material ou moral.
Para além da questão do infanticido instituído, outros factores condicionam a interpretação da intriga (e do mito original), factores de natureza económica e política. As cidades-estado gregas começavam nessa altura a entrar em crise e a sentir a falta crescente de metais preciosos, como o ouro ou a prata. Pouco antes, tinham sido descobertas na Cólquida (o reino do pai de Medeia, o rei Eetes) grandes jazidas de ouro. Os governantes gregos tinham o maior interesse em colonizar e dominar esse território para obter o precioso metal. O Velo de Ouro, que Jasão e os Argonautas devem “roubar” ao rei Eetes, é nitidamente um símbolo dessa desejada riqueza. Talvez por motivos políticos, Eurípedes omite estas motivações dos Argonautas gregos. O próprio público preferiria um Jasão patriota a um Jasão que se debate com dilemas morais. O roubo do Velo de Ouro é um serviço prestado ao Estado e, por isso, é apresentado como um acto legítimo e respeitável.
Curiosamente, Eurípedes faz uma prolepse no fio narrativo, colocando o início da acção no momento em que Jasão e Medeia chegam a Corinto, pouco antes do infanticídio. Por isso mesmo, a tragédia acaba por assentar mais no domínio psicológico do que no contexto sócio-político. Os factos anteriores surgem logo no monólogo inicial da Ama que se refere à viagem dos Argonautas. Embora Eurípedes quase não se refira à vida conjugal dos protagonistas, antes das 24 horas fatídicas que constituem a acção central, Jasão e Medeia viveram dez anos em Corinto em plena harmonia, até Jasão ter provocado o desenlace trágico.
Medeia afeiçoou-se à sua nova pátria e manteve-se leal a Jasão. Jasão, com o objectivo de conquistar mais poder e riqueza, repudia Medeia e casa com Gláucia (também chamada Glauce, Creusa ou Creúsa), filha de Creonte, rei de Corinto. O materialista e pragmático Jasão faz uma escolha nitidamente orientada pelo interesse próprio. Casando com a filha de Creonte, tornar-se-ia ele próprio rei de Corinto e possuidor de riquezas maiores. A fama angariada enquanto herói da expedição dos Argonautas já não lhe bastava, buscava algo mais substancial. Para Creonte, o estatuto de herói de Jasão era um predicado importante para o seu sucessor, que assim seria não só poderoso mas admirado e respeitado.
Ciente de que Medeia poderia ser um obstáculo aos seus planos, sobretudo devido aos seus poderes mágicos, Creonte condena Medeia e os seus filhos à condição humilhante de apátridas. Tal decisão é tomada com o consentimento de Jasão, que assim repudia simultaneamente a mulher e os filhos. Também por isso os seus lamentos e manifestações de amor paternal soam tão pouco credíveis. Para ele, o sofrimento de Medeia e dos filhos não eram relevantes. E o argumento de que preferia que eles ficassem em Corinto para os poder proteger não tem qualquer fundamento. Um apátrida não tinha direitos, nem sequer era um cidadão. Permanecendo em Corinto, tanto Medeia como os filhos apenas poderiam conviver com a humilhação. Neste contexto, a terrível vingança de Medeia, assume um significado bem diferente. Ela mata os filhos que o pai já tinha matado simbólica e socialmente.
As motivações de Medeia pertencem a outra esfera, é a esfera dos afectos e da dignidade individual. Por Jasão, abandonara a família, a pátria e assassinara o próprio irmão que pretendia enfrentar Jasão e levar Medeia de volta à Cólquida. Depois de ser repudiada por Jasão, é repudiada por Creonte, perdendo assim a sua segunda pátria. Num ápice perde tudo o que amava e tinha valor para si, excepto os filhos. A vingança que perpetrou, usando venenos letais, contra Creonte e sua filha não eram suficientes. E também não era redentora e dignificante a fuga para Atenas com Egeu, que estava disposto a contrair núpcias com Medeia e a dar-lhe uma nova descendência. O acto justiceiro tinha de ser mais radical e cruel. Matando os filhos, poupa-os à humilhação e obriga Jasão a confrontar-se, não com o amor paternal que não demonstrou nos actos, mas com a sua própria consciência enquanto ser humano. Jasão preparava-se para ganhar o mundo a qualquer preço e perdeu tudo. É o materialismo puro que é derrotado, de forma cruel e sanguinária. Tal como todas as conquistas de Jasão tinham sido obtidas pela violência e pelo sangue, com o auxílio de Medeia, a sua derrota surgirá como uma espécie de expiação de todos crimes passados consumada também pela violência com a morte dos próprios filhos.
Depois de uma tal sucessão de atrocidades, Medeia, neta de Hélios (o Sol) é salva, sendo levada pelos céus num carro puxado por dragões alados. Parece que afinal os deuses estavam ao lado de Medeia. E das trevas, que ela própria também causou, conduzem-na para um reino de luz onde ficará incólume às leis e paixões dos mortais. Todo o poder terreno e todo o materialismo ficaram reduzidos a nada. Medeia cometeu crimes hediondos em nome do amor, e assim maculou a essência pura do amor. Jasão cometeu todos os crimes em prol do seu egotismo e assim ficou reduzido à sua insignificância de mero mortal escravo de tudo o que é transitório e puramente material. Perturbadora contradição esta, que leva o espírito a redimir-se pelo sangue e pela violência. Não há redenção, apenas a eterna lição que nunca é aprendida.
A maior parte da encenação desta peça foi da autoria dos próprios alunos. O aspecto mais criativo e significativo desta encenação é a criação de múltiplas Medeias que coexistem e se contradizem. O dilema psicológico de Medeia, que se debate entre o amor pelos filhos e o impulso incontrolável de vingança, fica assim mais claro e mostra como a escolha de matar os filhos é dilacerante sobretudo para ela. O momento em que duas Medeias se ajoelham frente a frente e se estrangulam reciprocamente pareceu-me absolutamente genial. Quem não sentiu arrepios percorrer-lhe a alma? Um momento compassivo de extremo sofrimento em que Medeia revela as entranhas da dor profunda que a mata lenta e antecipadamente. Depois de tal “morte”, a salvação in extremis parece mais uma forma de pôr fim a essa dor que nenhum humano poderia suportar.
O cenário era singelo e minimalista, um fundo negro, uma espécie de altar sacrificial, duas colunas brancas e os tablados de madeira despidos de adereços de ambos os lados, à frente. Não era preciso mais, a tragédia psicológica é toda ela interior, não precisa de aditivos. Os figurinos das múltiplas Medeias, além de condizentes com a indumentária da época, permitiam efeitos de manipulação de belo efeito visual, sobretudo em certos momentos da contracena e na dança dos venenos. Para todos os intervenientes, uma enorme vénia e um forte aplauso. Nota-se que evoluíram muito ao longo de três anos de curso!
Não há certamente uma única resposta mas várias, consoante o autor e a época. Foram muitos os rostos, muitas as condutas, as motivações e as almas que lhe foram atribuídas… até Medeia deixar de ser a mítica Medeia e se tornar uma reinvenção em constante metamorfose. Da Medeia original, resta a matriz feminina estereotipada, os seus poderes mágicos e a sua desdita. A extrema crueldade que a maioria dos autores lhe imputou, sobretudo na consumação do infanticídio, nem sequer existia no mito original. Aliás, existem inúmeras versões do mito; em todas Medeia é a feiticeira que ajuda Jasão e os Argonautas a tornarem-se heróis, em nenhuma é mãe infanticida. Nas versões do mito, Medeia e os filhos são repudiados pelo próprio pai das crianças, Jasão, um estranho e ambicioso herói, conduzido desde o início pelo fito de alcançar fama, honra, glória, poder e riqueza. Medeia, com os seus poderes mágicos e o seu amor, é o instrumento que Jasão usa para alcançar tudo isso para depois a repudiar e reduzir à humilhante condição de apátrida. Sem Medeia, Jasão nunca teria conseguido o Velo de Ouro e os Argonautas não seriam os heróis sublimes enaltecidos pelas “suas” proezas em mitos e epopeias. As vitórias de Jasão devem-se quase todas à intervenção mágica de Medeia, ente semi-humano, semi-divino, neta de Hélios, o próprio Sol que, in extremis, a salvará da punição final, mesmo depois de ter assassinado os filhos. Estes são os dois ingredientes trágicos introduzidos por Eurípides (a mãe filicida e a salvação da mesma). Eurípides institui uma nova tradição (a da mãe filicida) que perdurou durante séculos nas múltiplas reinvenções desta tragédia. Mas não a salvação. A maior parte dos autores posteriores preferiram punir Medeia. Como sempre acontece, as personagens e o seu destino reflectem o espírito do tempo (zeitgeist) e os meandros da mente de cada autor…
O próprio significado do nome da protagonista transporta em si um evidente simbolismo e abre portas a inúmeras interpretações do mito e da tragédia. O nome Medeia provém do verbo grego μήδομαι, que significa “eu penso, eu descubro, eu antevejo”. Mais do que os poderes mágicos, o seu dom fundamental é a visão interior. Medeia é, pois, aquela que vê o invisível e o futuro, aquela que abre caminho por entre o desconhecido. Os seus dons são generosos, sendo colocados ao serviço de Jasão e dos Argonautas. A missão épica funde-se com a missão de amor e esse é o núcleo que conduz à tragédia. O que move Jasão e os Argonautas não é o que move Medeia. Perante tais dons, uma pergunta se impõe: o que vê ela sobre o seu próprio futuro, se age quase até ao desenlace final com dedicação e generosidade para com Jasão? E ainda poderá perguntar-se, qual é a autonomia de Medeia, se age sempre em prol dos outros e se o próprio amor que a conduziu foi engendrado pelos desígnios divinos com objectivos bem pouco amorosos?
Hera, mulher de Zeus, é também protectora de Jasão. Conhecendo os poderes mágicos de Medeia, escolhe-a para servir os objectivos de Jasão. Hera pede ajuda a Eros para que este faça com que Medeia se apaixone por Jasão e coloque os seus poderes mágicos ao seu serviço. Eurípides não sublinha esta intervenção divina de modo a deixar que seja a vontade e a paixão humana a conduzir os actos dos mortais.
Eurípides já tinha incluído Medeia em duas tragédias anteriores, como figura secundária. Mas algo o levou a torná-la a protagonista. Que tenha sido o mesmo autor a instituir a tradição literária da Medeia cruel, vingativa, filicida e, simultaneamente, a tenha salvo da punição é o mais intrigante.
O tratamento psicológico de Medeia e as palavras das mulheres de Corinto que formam o coro, e que, de certo modo, manifestam simpatia por Medeia e explicam os seus actos, fazem de Eurípides um homem invulgarmente sensível ao cálvário quotidiano das mulheres do seu tempo. Mas, aparentemente, a maioria do público de então não pensava da mesma maneira. Esta tragédia de Eurípides ficou em terceiro lugar na competição anual das festas dionisíacas. E não me parece que tenha sido nem por Medeia ser uma mãe filicida nem, provavelmente, pela ausência de punição final, embora a punição fosse sempre um ingrediente bem acolhido e fazia parte do padrão da tragédia grega. Os motivos poderão prender-se mais com o tratamento da psicologia profunda da personagem, que dificulta ao espectador a tomada de um partido sem ambiguidades. Se Medeia é a autora do mais hediondo dos crimes (o assassínio dos próprios filhos), Jasão não pode deixar de ser considerado o autor moral e a verdadeira causa de todos os crimes cometidos e de todas as desgraças.
O facto de o infanticídio ser um crime demasiado comum, tolerado e até instigado quer pelas autoridades, como forma de controlo demográfico, quer pelos pais de família que decidiam que filhos deviam viver e quais deviam morrer, também não deve ser alheio à pouca simpatia da audiência pela abordagem de Eurípides. Quantos dos espectadores estariam realmente inocentes desse crime hediondo, sempre decidido pelo homem e não pela mulher? Se alguma consciência tinham, algum mal-estar deve ter causado. O “terror” e a “piedade” que, teoricamente, a tragédia devia provocar na audiência ficavam assim um pouco baralhados e obrigavam cada um a olhar-se no espelho da sua própria conduta. A catarse poderia ser feita, mas não como libertação, antes como culpabilização de cada um, todos autores de filicídio, material ou moral.
Para além da questão do infanticido instituído, outros factores condicionam a interpretação da intriga (e do mito original), factores de natureza económica e política. As cidades-estado gregas começavam nessa altura a entrar em crise e a sentir a falta crescente de metais preciosos, como o ouro ou a prata. Pouco antes, tinham sido descobertas na Cólquida (o reino do pai de Medeia, o rei Eetes) grandes jazidas de ouro. Os governantes gregos tinham o maior interesse em colonizar e dominar esse território para obter o precioso metal. O Velo de Ouro, que Jasão e os Argonautas devem “roubar” ao rei Eetes, é nitidamente um símbolo dessa desejada riqueza. Talvez por motivos políticos, Eurípedes omite estas motivações dos Argonautas gregos. O próprio público preferiria um Jasão patriota a um Jasão que se debate com dilemas morais. O roubo do Velo de Ouro é um serviço prestado ao Estado e, por isso, é apresentado como um acto legítimo e respeitável.
Curiosamente, Eurípedes faz uma prolepse no fio narrativo, colocando o início da acção no momento em que Jasão e Medeia chegam a Corinto, pouco antes do infanticídio. Por isso mesmo, a tragédia acaba por assentar mais no domínio psicológico do que no contexto sócio-político. Os factos anteriores surgem logo no monólogo inicial da Ama que se refere à viagem dos Argonautas. Embora Eurípedes quase não se refira à vida conjugal dos protagonistas, antes das 24 horas fatídicas que constituem a acção central, Jasão e Medeia viveram dez anos em Corinto em plena harmonia, até Jasão ter provocado o desenlace trágico.
Medeia afeiçoou-se à sua nova pátria e manteve-se leal a Jasão. Jasão, com o objectivo de conquistar mais poder e riqueza, repudia Medeia e casa com Gláucia (também chamada Glauce, Creusa ou Creúsa), filha de Creonte, rei de Corinto. O materialista e pragmático Jasão faz uma escolha nitidamente orientada pelo interesse próprio. Casando com a filha de Creonte, tornar-se-ia ele próprio rei de Corinto e possuidor de riquezas maiores. A fama angariada enquanto herói da expedição dos Argonautas já não lhe bastava, buscava algo mais substancial. Para Creonte, o estatuto de herói de Jasão era um predicado importante para o seu sucessor, que assim seria não só poderoso mas admirado e respeitado.
Ciente de que Medeia poderia ser um obstáculo aos seus planos, sobretudo devido aos seus poderes mágicos, Creonte condena Medeia e os seus filhos à condição humilhante de apátridas. Tal decisão é tomada com o consentimento de Jasão, que assim repudia simultaneamente a mulher e os filhos. Também por isso os seus lamentos e manifestações de amor paternal soam tão pouco credíveis. Para ele, o sofrimento de Medeia e dos filhos não eram relevantes. E o argumento de que preferia que eles ficassem em Corinto para os poder proteger não tem qualquer fundamento. Um apátrida não tinha direitos, nem sequer era um cidadão. Permanecendo em Corinto, tanto Medeia como os filhos apenas poderiam conviver com a humilhação. Neste contexto, a terrível vingança de Medeia, assume um significado bem diferente. Ela mata os filhos que o pai já tinha matado simbólica e socialmente.
As motivações de Medeia pertencem a outra esfera, é a esfera dos afectos e da dignidade individual. Por Jasão, abandonara a família, a pátria e assassinara o próprio irmão que pretendia enfrentar Jasão e levar Medeia de volta à Cólquida. Depois de ser repudiada por Jasão, é repudiada por Creonte, perdendo assim a sua segunda pátria. Num ápice perde tudo o que amava e tinha valor para si, excepto os filhos. A vingança que perpetrou, usando venenos letais, contra Creonte e sua filha não eram suficientes. E também não era redentora e dignificante a fuga para Atenas com Egeu, que estava disposto a contrair núpcias com Medeia e a dar-lhe uma nova descendência. O acto justiceiro tinha de ser mais radical e cruel. Matando os filhos, poupa-os à humilhação e obriga Jasão a confrontar-se, não com o amor paternal que não demonstrou nos actos, mas com a sua própria consciência enquanto ser humano. Jasão preparava-se para ganhar o mundo a qualquer preço e perdeu tudo. É o materialismo puro que é derrotado, de forma cruel e sanguinária. Tal como todas as conquistas de Jasão tinham sido obtidas pela violência e pelo sangue, com o auxílio de Medeia, a sua derrota surgirá como uma espécie de expiação de todos crimes passados consumada também pela violência com a morte dos próprios filhos.
Depois de uma tal sucessão de atrocidades, Medeia, neta de Hélios (o Sol) é salva, sendo levada pelos céus num carro puxado por dragões alados. Parece que afinal os deuses estavam ao lado de Medeia. E das trevas, que ela própria também causou, conduzem-na para um reino de luz onde ficará incólume às leis e paixões dos mortais. Todo o poder terreno e todo o materialismo ficaram reduzidos a nada. Medeia cometeu crimes hediondos em nome do amor, e assim maculou a essência pura do amor. Jasão cometeu todos os crimes em prol do seu egotismo e assim ficou reduzido à sua insignificância de mero mortal escravo de tudo o que é transitório e puramente material. Perturbadora contradição esta, que leva o espírito a redimir-se pelo sangue e pela violência. Não há redenção, apenas a eterna lição que nunca é aprendida.
A maior parte da encenação desta peça foi da autoria dos próprios alunos. O aspecto mais criativo e significativo desta encenação é a criação de múltiplas Medeias que coexistem e se contradizem. O dilema psicológico de Medeia, que se debate entre o amor pelos filhos e o impulso incontrolável de vingança, fica assim mais claro e mostra como a escolha de matar os filhos é dilacerante sobretudo para ela. O momento em que duas Medeias se ajoelham frente a frente e se estrangulam reciprocamente pareceu-me absolutamente genial. Quem não sentiu arrepios percorrer-lhe a alma? Um momento compassivo de extremo sofrimento em que Medeia revela as entranhas da dor profunda que a mata lenta e antecipadamente. Depois de tal “morte”, a salvação in extremis parece mais uma forma de pôr fim a essa dor que nenhum humano poderia suportar.
O cenário era singelo e minimalista, um fundo negro, uma espécie de altar sacrificial, duas colunas brancas e os tablados de madeira despidos de adereços de ambos os lados, à frente. Não era preciso mais, a tragédia psicológica é toda ela interior, não precisa de aditivos. Os figurinos das múltiplas Medeias, além de condizentes com a indumentária da época, permitiam efeitos de manipulação de belo efeito visual, sobretudo em certos momentos da contracena e na dança dos venenos. Para todos os intervenientes, uma enorme vénia e um forte aplauso. Nota-se que evoluíram muito ao longo de três anos de curso!
Interpretação:
Adeneize
Neto
Beatriz
Fonseca
Cláudio
Santos
Diana
Peão
Diogo
Varela
Gabriela
Sousa
João
Morgado
Laura
Lopes
Laura Martins
Márcia Alves
Rita Sousa
Sara Alexandra
Sileita Varela
Siobhan Fernandes
Tânia Cruz
Encenação:
Estrela Novais
Os alunos
Nota 1: O vídeo que tinha preparado para este post tinha cerca de 30 minutos e cobria todo o ensaio geral. Entretanto, tive vários percalços. O meu computador avariou, estive dois meses sem ele, quando o recuperei tinha perdido muito trabalho e alguns programas. Só depois de completar o vídeo de 30 minutos descobri que o novo programa de vídeo que usei não permitia fazer vídeos gratuitos com mais de 5 minutos e com definição muito baixa. Tentei comprá-lo para não perder o trabalho; as burocracias foram demasiadas e não consegui. O vídeo que aqui está tem apenas cinco minutos e cobre apenas uma pequena parte do ensaio. Os álbuns de fotografias cobrem a totalidade.
Nota 2: Tentei fazer uma apresentação em powerpoint ou vídeo da segunda parte deste post, dedicada às múltiplas versões e adaptações de Medeia. Não tive tempo. No final deste post, aparece apenas um levantamento escrito que está longe de ser exaustivo.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
Medeia - Eurípedes, photography by São Ludovino.
********************************************************
METAMORFOSES DE MEDEIA
(Literatura, Ópera, Música, Pintura… apenas alguns exemplos)
I – LITERATURA:
Narrativa e Dramaturgia
* -
Eurípides, o Jovem – Viveu em finais do
século V A.C. (480 A.C. – 406 A.C.). Era o filho mais novo de Eurípides, o
Velho. Terá escrito dezasseis tragédias, que chegaram até nós na íntegra,
dezassete tragédias incompletas e ainda um drama satírico intitulado O Ciclope. As mais tragédias mais
conhecidas são Medeia, Orestes e Polixena, que terão sido interpretadas em Atenas.
* -
Séneca, o Jovem (4? A.C. – 65 D.C.) - Medeia, tragédia da autoria do
tragediógrafo e filósofo estoico latino Lúcio Aneu Séneca, baseada na tragédia
homónima de Eurípides. Além da Medeia de Eurípides, foi a Medeia de Séneca que mais
influenciou o imaginário artístico ocidental, na literatura, nas artes
plásticas, na ópera e no cinema.
* - Neophron de Sicyon – Viveu no século V A.C. São-lhe atribuídas cerca de 120
tragédias, exibidas em Atenas, embora só restem alguns fragmentos de Medeia. Suidas e Diógenes atribuem-lhe a
autoria da Medeia de Eurípides. É
também considerado o introdutor da figura do Pedagogo. Na versão de Neophron,
Jasão é um traidor oportunista que cumpre o destino que Medeia lhe anuncia ex machina, suicidando-se. Num dos
fragmentos que restam, Medeia dirige-se a Jasão do seguinte modo:
«No final,
matar-te-ás e encontrarás o mais vergonhoso dos destinos, atando uma corda ao
pescoço ─ é este o destino que te aguarda como retribuição pelos teus actos
pérfidos e serve de lição para os outros nos tempos vindouros: que os mortais
nunca deveriam tentar erguer-se acima dos deuses.»
* -
Jean Bastier de La Péruse (1529-1554?), poeta e dramaturgo francês, discípulo
de Ronsard. O drama póstumo de La Péruse (publicado em 1556), inspira-se sobretudo
em Séneca. Segundo o argumentado apresentado, no final, Medeia escapa num carro
puxado por dragões alados que lhe enviou seu avô, Hélios (o Sol).
Cf. Œuvres Poetiques de Jean Bastier
de La Péruse, Paris, 1867 - https://archive.org/details/oeuvrespotiques01segugoog
Cf. Jean Bastier de la Péruse,
1529-1554; étude biographique et littéraire, Paris,1923 - https://archive.org/details/jeanbastierdelap00banauoft
* - Pierre Corneille (1606-1684), dramaturgo
francês, tido como o principal tragediógrafo de língua francesa. Médée, 1635. Corneille aproveita alguns
ingredientes euripidianos e complexifica as motivações de Jasão, tirando
impacto ao filicídio. Irado com a morte de Creúsa, que amava, Jasão quer matar
Medeia e os filhos para se vingar, mas, chegando tarde, acaba por se suicidar.
* - António José da
Silva, o Judeu, 1705-1739. – Os
Encantos de Medeia, ópera que se representou no Teatro do Bairro Alto de
Lisboa, no mês de Maio de 1735. A história do mito é completamente
transformada. Medeia e Creúsa são duas primas que se enamoram de Jasão. O pai
de Medeia castiga-a por ela ter ajudado Jasão no roubo do velo de ouro. Jasão
repudia Medeia e foge com Creúsa. Medeia tenta impedir a fuga dos dois gerando
uma tempestade no mar que levará a nau Argos de volta à Cólquida. Ofendido com
Medeia, o pai / rei casa Creúsa com Jasão e dá-lhe o seu próprio reino!
Impotente, Medeia acaba por se dissolver no ar.
E assim se transforma uma tragédia numa
tragicomédia centrada sobretudo nas
relações entre o pai e a filha.
* -
Richard Glover (1712-1785), poeta e
político inglês. Medea, 1761. Glover
apresenta uma Medeia dominada por Hécate, que mata os filhos num acesso de
loucura, e um Jasão que, tarde demais, se mostra disposto a deixar Creúsa.
* -
Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781),
poeta, dramaturgo, filósofo e crítico de arte alemão, considerado o fundador da
Literatura Moderna alemã. Lessing transpôs Medeia para o mundo burguês no seu
drama Miss Sara Sampson (1755).
* -
Friedrich Maximilian Klinger, 1752-1831
- Klinger escreveu Medea in Korinth (Medeia em Corinto, 1787), com um Jasão
que não resiste ao ver os filhos mortos. Mais tarde, escreveu Medea auf dem Kaukasos (Medeia no Cáucaso, 1791).
* -
François-Benoît Hoffmann, 1760-1828 /
Nicolas Étienne Framéry, dramaturgo e crítico francês, escreveu o libreto da
ópera de Cherubini (1797), a partir da peça teatral homónima, de Pierre
Corneille, baseada na tragédia Medeia
de Eurípides. Em 1790, as autoridades revolucionárias francesas rejeitaram a
exibição de Medeia, que só teve a sua
primeira apresentação pública em 1797. - Framery (1797) compõe o libreto para a
ópera de Cherubini na linha de Séneca e de Corneille.
«Hoffman was a strong advocate of authors' rights
regarding artistic control, copyright and freedom of speech. This stance often
brought him into conflict with the authorities. A quarrel with the management
of the Paris Opéra over Nephté led to
them rejecting Médée in 1790.»
* -
Franz Grillparzer, (1791-1872),
dramaturgo austríaco - Medea, 1821, tragédia em cinco actos,
apresenta um Jasão condenado a sofrer.
* - Jean Anouilh
(1910-1987), dramaturgo francês. Medea, escrita por volta de 1946, 1.ª ed. De
1953. Anouilh faz Medeia suicidar-se no fogo juntamente com os seus filhos
enquanto Jasão observa e impede que lhe seja dada qualquer ajuda. Medeia é
reduzida a um ser sem racionalidade, presa apenas aos sentidos… bem diferente
da Medeia de Eurípede.
* -
James Maxwell Anderson (1888-1959), “dramaturgo,
autor, poeta, repórter e letrista, vencedor de um Prémio Pulitzer de Teatro e
fundador de The Playwrights' Company”. Autor de scripts como A Oeste Nada de
Novo e A Tara Maldita. Em Wingless Victory, Medeia é Oparre, uma princesa das
ilhas Celebes levada para um ambiente puritano e hostil que a despreza e
humilha (Salem, US). Nem o marido a compreende ou apoia, trai-a e humilha-a.
Medeia acaba por destruir-se a si mesma e aos seus filhos mestiços.
* -
Robert Graves (1895-1985), poeta,
romancista e crítico britânico. Em The Golden Fleece (1944) conta sobretudo a
história dos Argonautas com humor.
* - Laurent Gaudé
– Dramaturgo francês nascido em 1972. É autor de Médée Kali, 2012.
Cf.
* - Max Rouquette
(1908-2005) – Autor francês. Médée, 2003 e 2008.
Cf.
* - Christa Wolf,
(1929-2011) - Escritora, ensaísta e crítica literária alemã, nascida na Polónia.
Médée, 2001.
Cf.
* - Cherríe Lawrence Moraga (1952-…) –
Escritora mexixana autora de The Hungry Woman: A Mexican Medea. Inicialmente
escrita em 1995 (West End Press), tem tido múltiplas encenações ao longo dos
anos. Assimila aspectos da cultura e mitologia Azteca e aborda conflitos
raciais e territoriais.
II – ÓPERA & OPERETA
* - Étienne Jodelle, Seigneur de Limodin (1532 – Julho de 1573),
poeta e dramaturgo francês, nascido em Paris de uma família nobre.
Aborda a história de Medeia na sua opereta Les
Argonautes, (“mascarade-ballet en vers alexandrins”), escrita em 1558. O
próprio Jodelle desempenhou o papel de Jasão.
* - Giovanni Pacini
(1796-1867), compositor italiano, autor de 74 óperas, entre elas Safo, Os
Últimos Dias de Pompeia, Alexandre na Índia e Medeia. Pacini classificou a sua
Medeia como um “melodrama trágico em três actos”. O libreto é da autoria de
Benedetto Castiglia. Estreou a 28 de Novembro de 1843 no Real Teatro Carolino,
Palermo.
* - Thomas Corneille (1625-1709) jurista e dramaturgo francês, irmão de Pierre Corneille, “o Grande”. Voltaire considerou-o um dramaturgo superior seu irmão Pierre, colocando-o logo a seguir a Racine, a quem ninguém seria comparável. O libreto da Medeia (1693) que escreveu é uma adaptação mista da Medeia de seu irmão Pierre e da Medeia de Eurípides. A música foi composta por Marc-Antoine Charpentier. Teve a estreia a 4 de Dezembro de 1693.
* - Jiri Antonín
Benda (George Benda), mestre de Capela, violinista e compositor
checo (1722-1795) - « Medea is a melodrama in one act with five scenes by Czech
composer Jiří Antonín Benda (Georg Benda) with a German libretto by Friedrich
Wilhelm Gotter. The work was first performed in Leipzig at the Theater am
Rannstädtertor on 1 May 1775».
* - Luigi
Cherubini (1760-1842), compositor italiano que viveu e trabalhou em
França durante a maior parte da sua vida. - «Médée is a French language
opéra-comique by Luigi Cherubini. The libretto by François-Benoît Hoffman (Nicolas Étienne Framéry) was
based on Euripides' tragedy of Medea and Pierre Corneille's play Médée. The
opera was premiered on 13 March 1797 at the Théâtre Feydeau, Paris».
* - Johann
Simon Mayr (1763-1845), compositor alemão, ligado ao grupo dos
Iluministas de Adam Weishaupt que viveu e trabalhou em Itália a partir de 1787.
- «Medea in Corinto (Medea in Corinth) is an opera in Italian by the composer
Simon Mayr. It takes the form
of a melodramma tragico in two acts, the libretto, by Felice Romani, is based
on the Greek myth of Medea and the plays on the theme by Euripides and Pierre
Corneille. The same subject had formed the basis for Luigi Cherubini's famous
opera Médée (1797) which may have had an influence on Mayr's work. Medea in
Corinto was first performed at the Teatro San Carlo, Naples on 28 November 1813
and was Mayr's greatest theatrical success».
* - Aribert Reimann
(1931-…), compositor e pianista alemão. «Medea is a German-language opera by Aribert Reimann
after the play by Franz Grillparzer. It was premiered at the Vienna State Opera
in February 2010, the German premiere was at the Frankfurt Opera in August
2010».
* - Saverio Mercadante
(1795-1870) – Compositor italiano, autor de várias óperas. Medea, 1851.
* - Darius Milhaud (1892-1974)
– Compositor e professor francês. Conjugou a politonalidade com o jazz. Compôs
em 1938 a ópera Médée (num único acto com três cenas), com libreto de Madeleine
Milhaud. Estreou em 1939 na Ópera Flamenga de Antuérpia e a 8 de Março de 1940
foi representada na Ópera de Paris durante a ocupação nazi.
* - Mikis Theodorakis
(1925-…) – Compositor grego. Compôs a ópera Medea em 1988.
III - BD
* - Blandine Le
Callet, (1969-…), romancista e ensaista francesa. Autora
de três volumes de BD com ilustrações de Nancy Peña, (1979-…), ilustradora
francesa.
Médée – 1. L’Ombre d’ Hecate, 2013; 2. Le couteau dans la plaie, 2015 ; 3.
L'épouse barbare, 2016.
IV - FILMES
* - A dream of Passion,
1978 - « A Dream of Passion
(Greek: Κραυγή Γυναικών, translit. Kravgi gynaikon) is a 1978 Greek drama film
directed by Jules Dassin. The story follows Melina Mercouri as Maya, an actress
playing Medea, who seeks out Brenda Collins, portrayed by Ellen Burstyn, a
woman who is in jail for murdering her own children to punish her husband for
his infidelity.»
* - Medea, 1969 - «Medea
is a film by Pier Paolo Pasolini based on the ancient myth of Medea. Filmed in
Göreme Open Air Museum's early Christian churches, it stars opera singer Maria
Callas in her only film role, she does not sing in the movie.»
* - Medea, 1988 - « Medea is a 1988 TV
movie directed by Lars von Trier. It is based on Carl Theodor Dreyer's
adaptation of Euripides' play Medea.»
* - Medea, 2001 - « Médée is a 2001 French
drama film directed by Don Kent and starring Isabelle Huppert».
*
- Medea, 2005 - « Medea is a 2005 Dutch
television serial in six episodes directed by Theo van Gogh, starring Katja
Schuurman, Thijs Römer and Tara Elders. It tells the story of the daughter of a
politician who tries to help her selfish boyfriend to become the prime minister
of the Netherlands.
The screenplay was
written by Theodor Holman and is a take on Euripides' play Medea, with the
story moved to contemporary Dutch politics. The serial was produced by Column Film
for the broadcaster AVRO.»
* - Medea, 2007 - «Medea
Miracle (French: Médée Miracle) is a 2007 French-Italian drama film directed by
Tonino De Bernardi and starring Isabelle Huppert».
«Medea, a Greek goddess is now
Irène, a woman of today. Like Medea she has left her homeland to follow Jason
in Paris: they have two children and own a café-dance club. When he leaves her
for another woman, she is left alone with her children and Martha, the young
mute woman who has travelled with her to Paris, and will remain by her side.
She contemplates getting her revenge over Jason but bad things start to happen
to her and she almost ends up going crazy. Only a gesture from her devoted
Martha will save her. She begins to lead a new life, wanting to help those like
her in need, but it will not be easy…»
V - BALLETS
·
Jason et Médée (1763) - «Jason et
Médée (Jason and Medea) is a ballet d'action choreographed by Jean-Georges
Noverre to music by Jean-Joseph Rodolphe. The ballet was first staged in the
Stuttgart Opera House on Friday, 11 February 1763, in celebration of the Duke
of Württemberg's birthday».
·
La hija de Cólquide (1944)
- «La hija de Cólquide (also known by the English translation, The Daughter of
Colchis) is a ballet score composed by Carlos Chávez in 1943–44 on commission
from the Elizabeth Sprague Coolidge Foundation for Martha Graham».
Medea (1946) - «Medea, Op. 23, (1946) is a ballet
in nine sections by American composer Samuel Barber. It was commissioned by the
Ditson Fund of Columbia University for Martha Graham and was premiered on 10
May 1946, at Columbia University's McMillin Theater, New York City».
VI – MUSICAIS
* - Medea, the Musical, 1994 - « Medea, the Musical is a 1994 musical comedy by
American playwright John Fisher. The play, a farce, concerns a theater
director's attempt to recast Medea, the ancient Greek tragedy by Euripides, as
a serious modern commentary on LGBT culture, which goes humorously wrong when
the director's cast and crew refuse to conform to the stereotyped roles he has
created for them. The play became a long-running "cult favorite" in
San Francisco in the mid 1990s before touring regionally».
* - Marie Christine,
1999 - « Marie Christine is a
musical written by Michael John LaChiusa. It opened on Broadway in 1999. Set in
1890s New Orleans and then 5 years later in Chicago; the story is loosely based
on the Greek play Medea, and uses elements of voodoo rituals and practices. The
title character was based in part on the historical figure of Marie Laveau –
specifically, her daughter, who took the same name – and the myths surrounding
them».
VII - MÚSICA
* - Medea's Dance of Vengeance,1956 - « Medea's Dance of
Vengeance is a composition (1955, Opus 23a) by the American composer Samuel
Barber derived from his earlier ballet suite Medea. Barber first created a
seven-movement concert suite from this ballet (Medea, Op.23), and five years
later reduced this concert suite down to a single-movement concert piece using
what he felt to be the strongest portions of the work. He originally titled it
Medea's Meditation and Dance of Vengeance, but shortly before his death, he
changed the title to simply Medea's Dance of Vengeance».
*
- Gota d’Água (1975), Chico Buarque
*
- Mulheres de Atenas, Chico Buarque
* - Medea in Corinto, 14 canções cantadas por
Jane Eaglen (2000). Música composta por Johann Simon Mayr.
* - Medea, 2006 – Um tema da autoria da banda sueca
Khoma do album The Second Wave. - « The Second Wave is the second studio album
by Swedish post-rock band Khoma, released in 2006 by Roadrunner Records. The
song, "The Guillotine" was also featured in the American The Girl
with the Dragon Tattoo».
* - Medeia (EP), 2007 - «Medea
(2007) is the debut EP by Michou. It was recorded in two days by founding
members Michael Hargreaves, Ryan Ard, Ryan Frith, Lucas Semple and Sasha Appler
in the home of friend Joel Bruyere and released on November 24, 2007»
* - Medea, 2014 - «Medea is the second album of the
Dutch symphonic/progressive metal band Ex Libris, released in 2014. It is a
concept album about the Greek tragedy of Medea and her lover Jason».
VIII – ARTE
* - Medea, 1868 - «Medea is an oil painting on canvas by the
Pre-Raphaelite painter Frederick Sandys which was created in 1868. The painting
was submitted to the Royal Academy of Arts for display in the Summer Exhibition
of 1868 but it was rejected - most likely for internal politics and jealousies
rather than artistic reasons,[1] the picture was accepted the following year and
reviewed very favourably by The Times, which commented pointedly on its
previous failure to win a place».
*
- Jason and Medea, 1907 - « Jason and Medea is an oil painting in the Pre-Raphaelite style created
by John William Waterhouse in 1907.
The painting depicts the Colchian
princess, Medea, preparing a magic potion for Jason to enable him to complete
the tasks set for him by her father, Aeëtes.
Medea's determined facial expression shows
a characterization consistent with that of Greek literature, particularly
Euripides' tragedy Medea.
The painting is thematically and visually
similar to Waterhouse's The Magic Circle».
*
- Estátiua de Medea, 2007 - « Medea statue is a monument to Medea, a Colchian Princess of the Greek
mythology erected in Batumi, Georgia.
It was unveiled by the President of
Georgia, Mikheil Saakashvili, on 6 July 2007».
IX - ARTIGOS DE IMPRENSA
* - Jean-Pierre Robin :
«Il suffit de méditer la réplique la plus célèbre de la pièce de Corneille,
qui intervient à la fin du premier acte, quand Médée se retrouve seule avec sa
confidente, après avoir été répudiée par Jason. La confidente l'interroge:
«Dans un si grand revers, que vous reste-t-il?» Et Médée a cette réponse
superbe et effrayante: «Moi, Moi, dis-je,
et c'est assez».»
Cf.
* - Jean-René Lemoine é um
escritor, actor e encenador nascido no Haiti, radicado em França há mais de 25
anos. Interpretou a sua própria Medeia, um “poema de raiva” cantado e dançado
ao som da música de Romain Kronenberg, ora sendo homem, ora sendo mulher.
Defende o direito ao “exílio interior”, a procura constante de um lugar que não
pode ser encontrado, que não deve ser encontrado, para que a busca continue e a
construção do eu permaneça um processo interminável sempre em construção.
Medeia recusa-se a encontrar o seu lugar definitivo, a sua busca não é da mesma
natureza da busca de Jasão, viajante, aventureiro, ambicioso e oportunista
desonesto. Perto do final, Medeia lamenta a perda da família e da pátria, mas
não pode regressar a elas.
Cf.
Sem comentários:
Enviar um comentário