REGRESSO AOS CLÁSSICOS
O
Avarento,
de Molière, interpretado pelos alunos do Curso Profissional de Artes do
Espectáculo (Interpretação), 11.º 13. Auditório da Escola Secundária D. Pedro
V, 22/1/2016, Lisboa. Encenação: Victor Sezinando.
Actos
I(n)mundos,
montagem de fragmentos de cinco tragédias de Shakespeare (Otelo, Macbeth, Ricardo III, Tito Andrónico e Cleópatra),
interpretada pelos alunos do Curso Profissional de Artes do Espectáculo
(Interpretação), 11.º 13. Auditório da
Escola Secundária D. Pedro V, 28/1/2016, Lisboa. Encenação: Victor Sezinando.
MATÉRIA IMPURA
O
Avarento,
Molière
O Avarento (1668) é uma comédia muito séria.
Pode fazer rir a bandeiras despregadas, mas não deixa de ser séria porque é
sério e intemporal o assunto. A ambição e a cobiça cegam. A matéria não deixa
ver o espírito. Os afectos e os valores esvaziam-se e relativizam-se. O
parasitismo desconhece o valor do trabalho e caminha a par da ambição frívola e
da irresponsabilidade. O cerne desta peça não é a teia de historietas
românticas com algumas peripécias rocambolescas, é a dependência doentia do
materialismo, a servidão humana voluntária, a cegueira prepotente, o
parasitismo, a confusão entre o valor e o preço, o valor intrínseco e o valor
artificial.
De cada vez que vejo alguém obcecado com os bens materiais, para além do
sensato e necessário e dos pequenos luxos que se confundem facilmente com a
liberdade de ter e ser, lembro-me de Thomas More e da Utopia. Em dado ponto, fala ele do valor relativo de tudo o que é
material, sobretudo o venerado ouro. Um valor relativo porque é um valor
convencional. Mudam as convenções e logo muda o valor das coisas, não o valor
intrínseco mas o valor artificial, relativo e vazio que resulta da convenção.
Segundo ele, se a convenção determinasse que a coisa mais valiosa do mundo era
a pele de um carneiro, logo muitos se cobririam com peles de carneiro em vez de
jóias; e, prosseguindo eu a linha de pensamento, a espécie ovina seria
provavelmente levada à extinção. Erguia-se, então, uma estátua de bronze ao
carneiro extinto e criava-se em seguida uma nova convenção determinando, por
exemplo, que a coisa mais valiosa do mundo eram os ossos de um carneiro morto.
E então muitos se cobririam de ossos esquecendo que a sua própria vida é tão
finita como a de um carneiro. A transitoriedade da vida torna estas convenções
ainda mais ridículas e vãs, sobretudo num mundo de matéria e materialismo.
Apesar da gravidade do assunto, a forma como é apresentado é típica de
uma comédia. Os conflitos são mais irritantes do que dolorosos, as emoções são
algo passageiras, os problemas como que se auto-resolvem sem grandes
sacrifícios e todos acabam mais ou menos felizes, mesmo que nem todos os seus
desejos tenham sido inteiramente satisfeitos. Nem sequer podemos afirmar que
haja uma moralidade nítida e absoluta. Se o velho avarento é alvo de crítica e
ridículo, o seu filho parasita e esbanjador também o é. Também não há nenhuma
personagem que desperte especial empatia ou solidariedade. E no final ficam
grandes dúvidas se o amor venceu realmente o dinheiro. O avarento faz uma
escolha sem hesitações. Abdica de Mariana de bom grado desde que mantenha a sua
fortuna, simbolizada pelo cofre que abraça com perturbador carinho. Embora
aquele outro abraço, o que Frosina, a casamenteira, dá a um elemento do
público, pareça dar a entender que o amor vence sempre, de uma forma ou outra.
Mas isto é uma comédia e ela é uma casamenteira que faz do amor um negócio, um
jogo de interesses. Mas que aquela nuance
do abraço final ao público foi bem conseguida, não há dúvida. Este foi apenas
um dos muitos detalhes desta encenação que enriqueceram e recriaram esta obra
do séc. XVII.
Não sabemos até que ponto o avarento, Harpagão, é rico nem de onde lhe
veio a fortuna. Se o filho, Cleanto, é obviamente um parasita esbanjador que
não pára de contrair dívidas, o pai é aquele que possui a riqueza, não aquele
que a produz. E é nesta questão tão velha e tão nova que reside o pendor
pedagógico da peça. Esta pergunta não é feita por ninguém em parte alguma, mas
ela está subjacente em todo o conflito entre o avarento e o esbanjador. Não
serão, afinal, ambos parasitas?
A par desta batalha, desenrolam-se paralelamente duas histórias de amor,
aparentemente genuíno, entre Elisa e Valério e entre Cleanto e Mariana. Elisa e
Cleanto são filhos de Harpagão; Valério e Mariana são filhos de Anselmo. As
relações entre Elisa e Anselmo e entre Harpagão e Mariana não chegam a existir.
Essas não são histórias de amor mas de puro interesse. Embora não sejam
travadas pelo “desinteresse”, mas pela natureza algo contranatura, pelas
peripécias e equívocos inesperados. Dois idosos pretendem contrair matrimónio
com duas jovens donzelas. O autor teve aqui certamente uma intenção crítica,
até porque é o próprio pai, Harpagão, que pretende casar Elisa com o velho
Anselmo. Os jovens, sobretudo as mulheres não tinham, na época, o direito de
escolher o seu par com o coração. O casamento era um negócio contratualizado
pelos pais. Anselmo também era rico e aceitava Elisa sem qualquer dote; esse
foi o factor decisivo, não a vontade e felicidade da própria filha. Harpagão
não se torna apenas ridículo mas também odioso, precisamente por contrariar o
amor genuíno e valorizar mais o dinheiro do que os afectos ou a felicidade da
própria filha. O facto de pretender casar com a jovem Mariana também não abona
em seu favor; mais do que a juventude e beleza de Mariana, o que o atrai é o
facto de Mariana ser filha do rico Anselmo.
Aparentemente, Harpagão nada perdeu; os seus dois filhos casam com os
dois filhos de Anselmo e reavê o seu cofre. Mas fica no ar um travo a fel
naqueles esgares de Harpagão que, abrindo o cofre, se sente traído e roubado,
dando a entender que o seu dinheiro já não está lá. Mais uma nuance de mestre desta encenação.
Harpagão acaba mesmo por perder tudo, a matéria e o espírito.
A encenação desta peça tem a marca distintiva do professor / encenador
Victor Sezinando. Tem rigor, criatividade e sobriedade em doses sensatas. É que
fazer rir não pode fazer esquecer o cerne da questão subjacente a esta peça, a
maldita matéria impura e a velha confusão entre preço e valor. Embora a comédia
seja um género popular acessível a todos os intelectos, é fundamental não reduzir
a comicidade a mera caricatura e esquecer o pendor pedagógico. Grande parte do
público pode ter-se limitado a rir mas a intenção pedagógica estava lá.
Assistir a estes espectáculos é um privilégio, não um direito adquirido.
Sinto-me privilegiada. O meu pequeno contributo fica nestes posts e imagens que ajudam a construir a
memória de quem vai dando vida após vida a textos antigos mas sempre actuais.
Uma sincera vénia para quem realmente a merece.
Elenco
Gabriela Sousa (Élise / Elisa)
Miguel Galamba (Valère / Valério)
João Morgado (Cléante / Cleanto)
Diogo Varela (Harpagon / Harpagão)
Laura Martins (La Flèche / Flecha)
Joana Correia (Frosine / Frosina)
Adeneize Neto (Maitre Simon / Mestre Simão)
Diana Peão (Maitre Jacques / Mestre Tiago)
Beatriz Fonseca (Mariane / Mariana)
Adeneize Neto (Commissaire / Comissário)
Encenação e direcção artística
Victor Sezinando
Assistentes de encenação
Beatriz Fonseca
Diana Peão
Gabriela Sousa
Joana Correia
Voz e Movimento
Apoio de Mariana Rosário
Figurinos
A Barraca The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
*&*&*&*&*&*&*
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
The Miser / O Avarento - Molière, photography by São Ludovino.
*&*&*&*&*&*&*
NATUREZA INUMANA
Actos I(n)mundos, fragmentos de cinco tragédias de
Shakespeare
Tecer um todo coerente com fragmentos de
cinco tragédias de Shakespeare não é tarefa nada fácil. Mas o professor /
encenador Victor Sezinando conseguiu fazê-lo de uma forma singular,
simultaneamente complexa e transparente, deixando algumas entrelinhas de
penumbra e luz para ler livremente. Seria difícil fazer melhor, de forma tão
sóbria e criativa.
O fio condutor que encontrei e segui desde
o início, assim como a interpretação dos nexos entre os fragmentos e os
detalhes inesperados, podem não corresponder inteiramente à ideia original, mas
foi assim que surgiu perante os meus olhos.
Sobre o palco vimos desfilar algumas
personagens de Otelo, Macbeth, Ricardo III, Tito Andrónico(1) e
António e Cleópatra. Foi a escolha das personagens e os excertos escolhidos que
me ajudaram a encontrar o fio da meada.
Como em todas as tragédias, também nestas
há vítimas inocentes e feras cruéis. No início, vimos um conjunto de mulheres
muito diversas ocupando o palco; algumas são presas outras são feras. Apesar
disso, de algum modo, todas elas estão unidas por uma mesma condição — a
condição feminina que as subalternizou ao longo de milénios — e a natureza
humana e desumana. Cedo, Lady Macbeth adquire protagonismo e toma as rédeas dos
acontecimentos, mesmo quando permanece na sombra ou nos bastidores. Ela é uma
representante do “mal” absoluto, da ferocidade dos instintos, da frieza
calculista, da amoralidade. Mas nesta montagem, ela aparece também como uma
espécie de justiceira vingadora que toma, temporariamente, o partido das
mulheres que foram vítimas inocentes e executa algumas das feras, incluindo
Tamora, com as suas próprias mãos; Tamora, a outra mulher-fera.
Há, pois, feras que são homens e feras que
são mulheres. Todas as personagens violentas representam o “mal” absoluto e a
natureza desumana que se esconde nas entranhas do ser humano. No entanto, se
tivermos em mente a história da Humanidade, das Religiões e das Filosofias,
somos levados a pensar que os actos violentos e destruidores são
maioritariamente masculinos, desde a caça, os duelos, a tortura, a guerra, o
crime em geral. Fazer sofrer e matar é estatisticamente um comportamento
predominantemente masculino. E essa constatação faz-nos interrogar sobre a
verdadeira natureza humana e sobre a essência do “mal”. Embora as Religiões e
os Mitos de várias culturas apresentem a mulher com uma dupla dimensão (a mãe
benigna versus a mulher maligna), criadora de vida e semente do mal, a realidade histórica mostra sobretudo a mulher como ser fraco,
considerada social e intelectualmente inferior, um ser abúlico, por vezes
reduzido a um objecto. Um ser que durante milénios não chegou a “ser”
totalmente, sempre limitada pelas múltiplas “cracias” masculinas. Rainhas e imperatrizes, mulheres livres,
autónomas, seres completos foram excepções e, algumas vezes, excepções
negativas. Muitas vezes, aquilo que a literatura registou para a posteridade,
foram os exemplos da mulher maléfica, que destrói ou conduz à destruição. Neste
novelo trágico desenrolam-se diversas faces da mulher e da natureza
humana, que não é nem feminina nem masculina, é humana ou desumana.
O que eu vi neste entrelaçar de tragédias
foi sobretudo o fruto do “mal” e não a semente, a causa, a origem. Lady Macbeth
aparece aqui como uma espécie de imitadora jogando um tenebroso jogo de
imitação; a mulher imitando a violência masculina, o “ser fraco” usando as
armas do “ser forte”, vencendo-o com as suas próprias armas, a frieza
calculista, a violência, o prazer sádico, o abuso do poder e da força, a
ambição. Ela é uma espécie de vingadora completamente amoral e egotista,
praticando actos de vingança e não de verdadeira justiça, eliminando
gradualmente todos os adversários, homens ou mulheres. Cria-se em dado momento
a ilusão de ser ela um ser bom levado a ser mau, alguém que tenta vingar todo o
sofrimento e morte de mulheres inocentes. Pura ilusão, de facto. Se ela executa
Tamora (que instigara os filhos a violar e torturar barbaramente Lavínia), é
também ela que dá o cálice de veneno à mesma Lavínia. No ar fica
temporariamente uma vã suposição. Terá sido para pôr termo ao seu sofrimento
atroz ou apenas para satisfazer mais uma vez os seus instintos destruidores? De
modo clarificador, a Última Ceia das Inocentes e da Fera (Desdemona, Emília,
Lady Anne, Lavínia e Lady Macbeth), elucida por completo esta ambiguidade. A
todas ela serve uma bebida envenenada. As inocentes assassinadas em palco
morrem de novo, as que estão vivas morrem também. O detalhe de mestre final
consiste na aparição negra e silenciosa da morte. É ela que traz a garrafa com
o veneno, uma bebida avermelhada que faz lembrar a cor do sangue. Antes desta
ceia, todas as mulheres se reúnem e dançam alegremente, enquanto Lady Macbeth
permanece sentada num trono. É daí que ela chama “alguém” para preparar a ceia
venenosa. Percebe-se depois que ela chama a própria morte. E quando só resta
ela, pensando passar incólume pela vida, pela ceia final, pelo poder
aniquilador da morte, bebe um último cálice, unindo-se finalmente a todas as vítimas
e carrascos que se cruzaram no palco e na vida. Morre sem lágrimas ou remorso.
O maldito jogo da imitação chega ao fim sem vencedores. Todos foram vencidos. A
história tem provado, vez após vez, que esta lição tão transparente e antiga
nunca foi aprendida. Maldita natureza desumana que cega os olhos e a mente,
aniquila e perdura!
Cleópatra é a única que morre por vontade
própria (suicida-se) e não nas garras de uma fera. De algum modo, aí o “mal”
assume uma dimensão mais civilizacional, ligada ao poder e à construção dos
impérios. O poder de Octávio César sobrepõe-se ao poder de Marco António e de Cleópatra;
não ao poder do amor que também os une, mas ao poder político e militar. No
entanto, Cleópatra só é “vencida” quando pensa ter perdido o ser amado e não
quando perde territórios ou o poder.
Lady Macbeth é o principal elo de ligação
entre todos os fragmentos. Começa por ser ela própria, invocando as forças do
mal, revelando a sua crua frieza, a sede de sangue, a ambição de poder pelo
poder. Imiscui-se como carrasco em Otelo, executando-o depois de este ter matado
Desdemona, sua mulher, acusada infundadamente de traição. A verdadeira fera em
Otelo é Iago, que assassina Emília, sua mulher, depois de esta ter revelado a
verdade sobre a trama para destruir Otelo. Lady Macbeth recebe das mãos de Lady
Anne (viúva de Eduardo IV, assassinado por Ricardo III) o punhal com que matou
figurativamente Ricardo III. Ricardo III oferece o peito a um punhal que Lady
Anne espeta apenas na madeira do tablado e que, mesmo assim, o mata (embora ele
tenha sido realmente morto na batalha de Bosworth que pôs termo à Guerra das
Rosas e à dinastia de York). (2) Lady Macbeth junta-se às outras
mulheres para acariciar friamente Cleópatra, depois abandona-a deixando-a
morrer sozinha. Depois da morte de Ricardo III, acompanha um funeral em que
todas as mulheres sacrificadas carregam um caixão com o corpo simbólico de uma
mulher; não importa o nome, é apenas mais uma vítima da natureza desumana.
Tamora, por seu lado, é a única que irmana com Lady Macbeth na sua visceral
maldade. É ela que instiga os filhos a cometer o crime hediondo sobre Lavínia,
filha de Tito Andrónico. A figura de Lavínia, violada e torturada (cortam-lhe
as mãos e a língua) pelos filhos de Tamora, enquanto esta se delicia com a
perfídia, é uma das mais pungentes deste novelo trágico. É um daqueles
episódios bárbaros que nos faz interrogar sobre os limites da maldade des-humana… E, no entanto, violar
impunemente, cortar mãos e línguas contínua a ser um acto comum em certas
culturas, muitas vezes ao abrigo da própria lei civil e religiosa. Maldita
natureza desumana que inventa tais leis e religiões!
Esta encenação intrincada e inteligente
obrigou o espectador a ser muito mais do que um observador passivo. À densidade
original dos textos, Victor Sezinando acrescentou novas camadas de significado
que obrigaram a um certo trabalho de interpretação. Espantou-me um pouco que
gente supostamente esclarecida tenha dito que pouco ou nada tinham compreendido…
que era preciso conhecer muito bem Shakespeare para compreender o que viram…!!!
Obviamente, discordo. Penso que mesmo aqueles que desconhecem estas peças de
Shakespeare e o contexto histórico subjacente em algumas delas, podiam
facilmente compreender o essencial. O essencial prende-se com a natureza
desumana do ser humano. Não é preciso ler os clássicos nem as obras completas
de Shakespeare para compreender isto, se bem que poderia ajudar a ver e
compreender novas nuances nesta
encenação. Aliás, esta encenação funde e “baralha” magistralmente as peças
originais.
Ainda mais do que em Molière, os jovens
intérpretes tiveram de dar muito de si, das suas almas e emoções, para nos
fazerem entrar neste jogo labiríntico, apontando um caminho que, afinal, é bem
claro. Neste labirinto, que é a própria natureza humana, discernimos com
clareza quais são os becos sem saída da desumanidade e quais os caminhos da
verdadeira humanidade.
Um fortíssimo aplauso de admiração para
todos os intervenientes. Venceram um desafio muito exigente de uma forma
admirável. Estes jovens intérpretes parecem muito mais do que aprendizes, com
pouco mais de um ano de formação, na arte de interpretar a alma e as acções humanas
e desumanas.
(1) Tito Andrónico – É a mais violenta tragédia escrita por
Shakespeare e crê-se que foi a primeira. Grande parte dessa violência é
representada em palco, mostrando uma espécie de galeria de horrores da
“natureza desumana”. Ao contrário do que se possa pensar, esta peça teve uma
recepção muito favorável do público da época, talvez demasiado habituado aos
excessos de violência na sua própria história.
(2) Ricardo III –
Ricardo III não é assassinado por uma mulher, morre na batalha de Bosworth, a
22 de Agosto de 1485, a batalha que pôs termo à sangrenta guerra civil das
Rosas entre as casas de Lencastre e York. Com a morte de Ricardo III termina a
dinastia Plantageneta liderada pela Casa de York.
Os restos mortais de Ricardo III só
foram encontrados em 2012, durante a execução de obras num parque de
estacionamento em Leicester. Sob este parque existira uma abadia (Grey Friar
Abbey), entretanto demolida depois de ser criada a Igreja Anglicana. Testes de
DNA e o exame do esqueleto provaram, em 2013, que os restos mortais pertenciam de
facto a Ricardo III. Em 2015, Ricardo III foi oficialmente sepultado, 530
depois da sua morte extremamente violenta. Foram encontrados sinais de onze
golpes no seu esqueleto. Segundo os peritos, pelo menos três desses golpes
podiam ter-lhe causado a morte. Provavelmente, nem teve tempo de gritar «O meu
reino, o meu reino por um cavalo!»
Para completar a informação nesta nota,
podem ser consultados os seguintes links,
entre outros:
- http://www.telegraph.co.uk/news/science/science-news/9846693/Richard-III-skeleton-is-the-king.html
- http://www.channel4.com/programmes/richard-iii-the-new-evidence/articles/all/who-is-richard-iii
- http://www.le.ac.uk/richardiii/science/osteologybody.html
- http://www.le.ac.uk/richardiii/science/osteologybody.html
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Actos I(n)mundos / Filthy Acts - Shakespeare, photography by São Ludovino.
Sem comentários:
Enviar um comentário