Loucos
Por Amor / Fool(s) For
Love de Sam Shepard, interpretado por Gonçalo Botelho, Cheyenne Domingues,
Álvaro Diogo e João Fernandes, no Teatro da Comuna, Lisboa, 21/6/2014.
Encenação do professor / encenador Victor Sezinando e dos alunos /actores.
Num Dia Igual Aos Outros /
On An Average Day de John Kolvenbach, interpretado por Rogério Vale e André
Concórdia, no Teatro da Comuna, Lisboa, 21/6/2014. Encenação do professor /
encenador Victor Sezinando e dos alunos / actores.
No
passado mês de Junho, o Teatro da Comuna abriu as portas aos alunos finalistas
do Curso Profissional de Artes do Espectáculo (Interpretação) da Escola
Secundária D. Pedro V. Dois grupos de alunos fizeram aí a pré-apresentação das
suas P.A.P. (Provas de Aptidão Profissional) antes de se apresentarem perante o
júri que os avaliou no início de Julho. Em ambos os casos, o veredicto do
público foi muitíssimo positivo e a opinião deste “júri” mais alargado também
deve ser ouvida. A aprovação generalizada foi evidente nos aplausos e nos
comentários. E os aplausos devem ir também para o professor / encenador Victor
Sezinando que gradualmente fez desabrochar nos seus discípulos os seus talentos
naturais. Aquilo que vi, ouvi e senti ao logo dos três anos de formação destes
jovens actores deixou-me a certeza de que isto foi apenas o início de um longo
caminho. Que a viagem nos seus percursos profissionais e artísticos seja
auspiciosa é o que desejo a todos.
No mesmo dia, 21 de Junho, foram
representadas duas peças, uma à tarde outra à noite: Loucos Por Amor de Sam Shepard e Num Dia Igual Aos Outros de John Kolvenbach. Antes de mais, é
preciso louvar a coragem dos alunos / actores pelas escolhas feitas. Nenhuma
das peças é fácil de representar. São textos repletos de emoções com
personagens originais pela sua densidade humana e disfuncionalidade.
Vestir-lhes a pele com tal verosimilhança implicou um trabalho interior e
mental árduo, quase violento do ponto de vista psicológico. Fazer estremecer as
fibras da alma de modo genuíno não é fácil nem para os actores mais
experientes, mas estes jovens actores conseguiram-no e superaram as
expectativas mesmo dos mais cépticos. Quanto a mim, nunca tive grandes dúvidas…
“They got it!”
NOTA 1: Continuo
impossibilitada de converter em vídeo os powerpoints
que fiz sobre estas peças. Logo que me for possível, serão carregados no
Youtube e acrescentados a este post.
Por enquanto, ficam aqui apenas algumas fotografias…
LOUCOS POR AMOR / FOOL FOR LOVE
de Sam Shepard
Elenco: Gonçalo Botelho,
Cheyenne Domingues, Álvaro Diogo e João Fernandes. Encenação: Victor Sezinando
e alunos / actores.
Loucos por Amor é a história de um
amor impossível e doloroso onde o amor e o ódio se cruzam e fundem num só. É um
amor impossível não porque é um amor proibido — um amor incestuoso — mas porque
o ser real de cada um dos amados não coincide com o ser profundo que os levou a
apaixonar-se recíproca e avassaladoramente quando ainda desconheciam o laço de
parentesco que os unia. Eddie e May são meios-irmãos, filhos do mesmo pai e de
duas mães diferentes.
O pai, figura quase sempre ausente na
vida de ambos durante a infância e adolescência, é uma presença constante em
palco. Permanece sentado na penumbra com uma garrafa de whisky nas mãos, ora frio
e indiferente, ora sorrindo de modo quase sarcástico ou semicerrando os olhos
como um animal em hibernação que se alheia do mundo lá fora. Em diversos
momentos interage alternadamente com May e com Eddie, tentando refazer com
memórias falsas ou pouco credíveis uma história trágica e dolorosa de que ele
foi o principal autor. Tenta justificar com o “amor” a vida dupla que levou com
as duas mulheres. Não abdicou de nenhuma porque, segundo ele, amava ambas. Uma
espécie de versão trágica do “poliamor” que agora parece estar na moda. Só que
na nova moda todos são teoricamente muito felizes nesse colectivo amoroso e
nesta história, igual a tantas histórias reais, o desenlace é a morte violenta
de uma das mulheres e as feridas abertas em todos os outros intervenientes. A
mãe de Eddie mata a mãe de May, facto negado pelo pai; e Eddie repete a mesma
vida dupla que o pai levara.
Depois de descobrir que Eddie leva essa
vida dupla (mantém uma relação paralela com outra mulher a quem May chama a
Condessa), depois de muitas mentiras e muitos perdões, May afasta-se e tenta
refazer a sua vida. Temporariamente, vive num motel junto ao deserto do Mojave,
cenário inóspito muito apropriado para representar uma cena de separação, “talvez”
definitiva, muito dolorosa. “Talvez” porque é fácil separar os corpos mas não os
corações… É aí que Eddie a procura mais uma vez para a convencer a ir viver de
novo com ele numa caravana instalada num terreno que comprara com o intuito de
cultivar uma quinta.
Tal como o pai, Eddie não é fiável nem
honesto, nem com os outros nem consigo mesmo. Vive de mentiras, jogos e
expedientes. Enquanto o encontro decorre no motel, a Condessa chega no seu
Mercedes preto, dando a imagem de uma mulher com posses e ambiciosa. Eddie nega
ser a Condessa quem o espera lá fora, mas May sabe que é ela mesmo sem a ver.
Esta mentira descarada e ofensiva demonstra bem qual é o verdadeiro carácter de
Eddie e a sua incapacidade de amar realmente, de modo profundo e leal. É
sobretudo esta diferença de carácter que impossibilita o amor entre Eddie e May,
muito mais do que o incesto. Quando muito, o incesto serve de desculpa para
justificar a impossibilidade de um casamento legal e de uma relação sólida
socialmente aceite. Mas o amor está além das convenções e das circunstâncias;
Eddie não ousa amar, apenas alimenta o seu egoísmo e os seus caprichos. May ama
genuinamente, aquém e para além das convenções sociais, mas não pode pactuar
com a vida dupla de Eddie, pois isso seria a negação do próprio amor. Por isso,
ela opta por uma vida longe do seu genuíno amor mas digna e pacífica. Os seus "eus" profundos amam-se, mas as pessoas reais que são tornam-nos incompatíveis e
inconciliáveis.
O próprio Sam Shepard afirmou que, “perante
o amor a única coisa a fazer é aceitá-lo…” Aceitá-lo interiormente é uma coisa,
vivê-lo é outra. Apesar de todas as feridas e cicatrizes, este amor perdura não
como uma luz mas como o gume de uma faca cravada na alma.
Thomas Merton afirmou que “O amor é o
nosso verdadeiro destino. Não encontramos o verdadeiro significado da vida
sozinhos, encontramo-lo ao lado de outra pessoa.” No caso de Eddie e May, o
amor era de facto o seu verdadeiro destino, um destino doloroso e destrutivo.
Ao lado um do outro não descobriram o verdadeiro significado da vida,
descobriram que o amor são as próprias pessoas e que, apesar do amor, aquelas
duas pessoas não podiam amar-se…
Sobre o desempenho dos actores nenhum
reparo negativo há a fazer. Pelo contrário, a torrente de emoções brotou dos
seus rostos e das suas vozes com genuína verdade. As vidas que viveram em palco
foram autênticas e humanas, deixando no ar aquele trave a fel que se esconde
amiúde nas entranhas da vida. Num amanhã, não muito distante, sei que voltarei
a vê-los noutros palcos vivendo outras vidas. Bravo!
NOTA 2: Finalmente os vídeos estão prontos...
NOTA 2: Finalmente os vídeos estão prontos...
Fools For Love, photograph y by São
Ludovino.
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NUM DIA IGUAL AOS OUTROS
Elenco: Rogério Vale e
André Concórdia. Encenação: Victor Sezinando e alunos / actores.
John Kolvenbach, o autor da peça, foi
acusado por diversos críticos teatrais de imitar a peça de Sam Shepard True West. Não conheço de True West mais do que um breve resumo da
intriga e alguns excertos do filme realizado por Allan Goldstein, mas não
fiquei com a impressão de que haja um decalque ou imitação premeditada. O único
verdadeiro elo de ligação é o facto de ambas as peças serem protagonizadas por
dois irmãos que se reencontram após muitos anos de separação. Na verdade, senti
haver uma coincidência muito maior no que respeita à figura paterna: em ambos
os casos temos um pai ausente e / ou que abandona os filhos por puro egoísmo e
capricho.
Na peça Num Dia Igual Aos Outros, os irmãos Jack (o mais velho) e Bob
reencontram-se após muitos anos. A mãe falecera quando Bob tinha 6 / 7 anos e
o pai decide desaparecer algum tempo depois. Jack será a única figura paterna
que Bob conhecerá. Jack desempenha os papéis de irmão e pai até aos 15 anos;
depois, também ele parte. A dor e a raiva deixadas em Bob por este duplo
abandono irão marcá-lo para o resto da vida. A partir daí, a raiva e o sentimento
de injustiça levam-no a ter comportamentos violentos ou desproporcionados sem verdadeiro motivo.
No momento do reencontro, Bob aguarda o
julgamento por tentativa de homicídio. Bob desculpa-se dos seus actos tentando
fazer crer que apenas agiu em legítima defesa e que não era seu intuito matar
ninguém. O que conta para Bob não são afinal os factos concretos e as pessoas
reais, mas a sua dor incomensurável com
que pretende legitimar os seus actos. Bob sente-se uma vítima permanente e fala
do sistema judicial e do próprio advogado de defesa como um bando de facínoras que têm
como único objectivo liquidá-lo. Paira sempre no ar uma espécie de
medo e sentimento de culpa que lhe faz crer que tudo e todos estão unidos
contra ele. Bob colecciona recortes de jornal sobre crimes, como se temesse a
todo o instante ver o seu nome associado a mais um crime que não cometera. As
paredes da casa — a mesma onde vive desde a infância, a casa da dor e do
abandono — estão forradas de recortes, a banheira, que não usa, está cheia de
jornais, há lixo e pedaços de jornais em todos os cantos. Esta avalanche de
jornais representa, de certo modo, o mundo ficcional em que vive e a
impossibilidade de se libertar do passado doloroso. Bob foi de facto uma
vítima, das circunstâncias, do pai, dos outros miúdos (bullying) e do desejo de libertação do próprio irmão Jack.
Jack afasta-se da casa paterna para
construir a sua própria vida e, aparentemente, consegue ser bem-sucedido.
Aparece em cena vestido com um fato, gravata e camisa branca, é casado e tem um
filho. Mera aparência de sucesso e normalidade. O passado persegue-o tanto como
a Bob e as feridas escondidas estão afinal ainda bem abertas. Por que traz Jack
uma arma num saco de papel para um reencontro com o irmão? Acto ambíguo que
nunca chega a ser perfeitamente esclarecido. Ao longo da peça, ambos os irmãos
empunham a arma e apontam-na um ao outro. Nenhum quer matar verdadeiramente o
outro, ambos querem matar apenas o passado que os impede de viver o presente e
seguir em frente. Bob fá-lo com total desespero, oscilando entre a raiva
extrema e a fragilidade infantil. Jack fá-lo de forma contida e controlada, mas
igualmente dolorosa.
Já que o passado é terrível, é preciso
reinventá-lo para o poder suportar. Bob imagina cenas quase idílicas da sua
infância com o irmão. Jack vai desmontando essas memórias inventadas, mas lá no
fundo do seu olhar nostálgico quer reinventá-las também. Bob e Jack estão
unidos para sempre pelas memórias dolorosas mas também pelo amor que os uniu e
lhes permitiu sobreviverem sozinhos.
Neste reencontro, ambos vão afogando as
mágoas no álcool mas mantendo sempre um relativo controlo. Depois das explosões
de raiva e desespero de Bob, quem acaba prostrado no chão é Jack e é Bob que o
tenta confortar. Acima de tudo, pede-lhe que volte para casa, para a sua
família, o seu filho de tenra idade, e não repita os erros do pai. Bob diz que
dava tudo para estar no lugar do filho de Jack, para poder ter um pai a sério,
mas tenta libertar definitivamente Jack do seu papel de pai / protector em
relação a si (Bob) para que possa ser verdadeiramente pai do seu próprio
filho. Compreendendo que afinal Jack se encontra num desespero ainda mais
extremo do que o dele, Bob implora-lhe: “Vai para casa Jack. Se queres ser como
ele, morre! Isso é que é seres como ele.”
Jack sai de cena e Bob fica sozinho na
penumbra com a arma calada sobre a mesa. Um final pungente que fez estremecer o
público ou pelo menos a mim.
Não me parece que fosse possível fazer
muito melhor do que os estes dois jovens actores. Na verdade, vi e senti aqui
mais emoção e verdade do que em qualquer dos vídeos e fotografias que vi de
outras representações da mesma peça. Fabulosamente autênticos! Obrigada pelas
emoções! É que as emoções são mesmo o cerne do Teatro…
On An Average Day, photography by São Ludovino.
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