Auto
da Índia de Gil Vicente, interpretado pelos alunos (11.º 13) do
Curso Profissional de Artes do Espectáculo (Interpretação) da Escola Secundária
D. Pedro V, Lisboa, Portugal, 19/6/2014. Encenação de Victor Sezinando. Apoio a
Voz e Movimento de Joana Sapinho.
Mais uma vez, este grupo de alunos e o
professor / encenador (Victor Sezinando) levaram à cena uma peça de outra
época, desta vez uma peça portuguesa: o Auto
da Índia de Gil Vicente. É uma daquelas peças que é representada amiúde em
ambientes escolares por jovens actores amadores ou por companhias
profissionais. Podia ter sido apenas mais uma representação semelhante a muitas
outras, presa à literalidade do texto e da época ou de tal forma “modernizada”
que quase se torna irreconhecível. Não foi este o caso. Encenador e actores
souberam combinar a imaginação e a modernidade com o espírito da época e da
sátira vicentina.
O momento em que Constança (a mulher do
marinheiro embarcado) sonha com os perigos do mar foi um toque de mestre. Os
marinheiros surgem vestidos de forma muito heterogénea e heterodoxa, movem-se
num desespero caótico sobre um conjunto de estrados, que simula o convés de uma
nau, acompanhados pela música frenética dos Sitiados (“Esta vida de marinheiro”).
Enquanto dorme e sonha com as tormentas do mar, Constança dorme como um anjo; o
pesadelo dos marinheiros parece ser um doce sonho para ela.
Constança contracena exemplarmente com os
seus dois amantes, num jogo de gato e rato, que provoca o riso fácil, pelo
insólito da situação e pelo à vontade com que ela age e dissimula todos os seus
actos. Ela não “engana” apenas o marido mas também os dois amantes. A mulher,
deixada sozinha e abandonada entregue a um destino incerto, torna-se assim a
verdadeira dona da sua vida, dá asas aos seus caprichos e ridiculariza a supremacia
masculina. Ela vence pela manha e dissimulação.
A Moça, que se torna uma cúmplice forçada
das tramas da sua ama, por força da sua condição social de criada, revela com
os seus comentários e expressões faciais uma atitude condenatória. Não aprova a
conduta da sua ama mas vê-se forçada a pactuar com ela.
Outro toque de mestre surge no final,
quando a Moça atrai para o leito da mulher adúltera os seus dois amantes, mas
acaba por escapar ficando eles os dois sós, ludibriados e espantados com mais
esta trama feminina. A Moça age também de forma crítica e oportuna quando pede
dinheiro a Lemos para ir comprar alimentos. Tudo tem o seu preço, a honra e a
desonra, os vícios e as virtudes, os caprichos, a folia, a ambição. Se assim
invade a casa do seu amo, roubando-lhe a honra e a dignidade, deve pagar por
isso... Como se a honra e a dignidade tivessem preço! Um preço simbólico que
sublinha a materialidade da maioria dos comportamentos humanos, naquela e em
todas as épocas.
Ficamos também a saber que Lemos não era
propriamente rico, era avaro e o custo de vida na Lisboa quinhentista era mais
elevado do que as posses do comum mortal.
Com esta peça, Gil Vicente produziu um
verdadeiro documento histórico e social sob a forma de sátira didáctica. Fê-lo
de forma oportuna e ousada, tal como os jovens intérpretes e o encenador que
lhe deram uma nova vida. Tenho a certeza de que Gil Vicente teria aplaudido.
Em 1516, no Prólogo ao Cancioneiro Geral, Garcia de Resende
apelava aos literatos da nação que vertessem na escrita os feitos da expansão
marítima, para enaltecer os heróis e gravar para a posteridade uma época áurea.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia (1497-1498) por Vasco da Gama era
um dos feitos que deveria figurar nessa obra épica. Ao repto respondeu Camões
com a publicação d’ Os Lusíadas, em
1572. Porém, Camões não enaltece apenas os feitos grandiosos. No episódio do
Velho do Restelo (final do Canto IV) e em várias reflexões ao longo da obra,
denuncia também o reverso da medalha. A «vã cobiça» e a «glória de mandar» de
que fala o Velho do Restelo são o contraponto anti-épico do deslumbramento e da
visão expansionista vigente entre uma parte da classe política e aqueles que
camuflavam a ambição com pias e patrióticas intenções.
Pela voz do Velho do Restelo, Camões chama
também a atenção para as consequências nefastas da expansão no plano social e
no seio da família. Com um pungente lirismo mostra uma galeria de mulheres e
crianças “abandonadas” pelos pais, maridos, irmãos, filhos.
Mas antes de Garcia de Resende e de
Camões, já Gil Vicente reflectira sobre a face escura dessa época dourada e
satirizara os vícios, os estereótipos, a verdade oculta entre as quatro paredes
das casas que se esvaziavam e das famílias desagregadas. Foi isso mesmo que fez
no Auto da Índia, representado pela
primeira vez em 1509, em Almada, perante a rainha D. Leonor, mulher de D.
Manuel I.
É algo surpreendente que Gil Vicente tenha
ousado ser tão crítico sobre um assunto que era sobretudo motivo de elogio para
a maioria e ainda mais que tenha representado a peça perante a corte. Mas é
para isso mesmo que serve o humor, para dizer as verdades com graça e aparente
leveza, fazendo rir de si mesmos até os próprios visados.
O Auto da Índia tem um enredo simples e
aparentemente trivial e inócuo. Um marinheiro parte na carreira das naus para a
Índia, deixando a sua mulher, Constança, entregue a si mesma na companhia de
uma criada (a Moça). Logo após a partida do marido, Constança entrega-se
alternadamente a dois amantes: Juan de Zamora, um dos muitos castelhanos que se
passeava e exibia pelas ruas da Lisboa quinhentista e Lemos, um português algo
rude e pouco disposto a sustentar a amante. O riso brota facilmente do cómico
de situação, quando Constança é visitada simultaneamente pelos dois amantes.
Quando o marido regressa, Constança finge ter levado uma vida devota e recatada
e simula até ter ciúmes das “índias” que ele terá conhecido por lá. A única
coisa que realmente interessa a Constança é usufruir da possível riqueza que o
marido terá angariado. Esperança vã; o marido regressa são mas pobre. Os
proventos da viagem terão sido todos açambarcados pelo comandante da armada,
fazendo crer que a ambição e a cobiça eram sempre vãs porque nunca havia uma
distribuição equitativa da riqueza e dos lucros. Depois de milhares de
quilómetros navegados e anos de traição, tudo volta ao estado inicial, tornando
evidente a falsidade e a hipocrisia das relações maritais e dos comportamentos
sociais.
O castelhano é pródigo em palavras, um
exibicionista gabarolas e galanteador, mas não lhe paga a comida das refeições,
de que ela nem precisa, como a contragosto faz Lemos. O marido deixou-lhe o
suficiente mas mesmo assim ela lamenta-se, como se tal falsa acusação a
desculpasse do adultério. O que poderia atenuar a sua culpa seria sobretudo a
ausência prolongada do marido, a dúvida sobre o seu regresso e o facto evidente
de não ser casada por amor mas por interesse. De algum modo, Gil Vicente
denuncia simultaneamente estes casamentos de fachada, ditados por interesses
materiais, e a frequência do adultério durante a prolongada ausência dos
maridos. Cada viagem de ida e volta podia durar dois a três anos e o regresso
era sempre incerto por variados motivos. Uns morriam no mar em naufrágios,
outros sucumbiam às doenças (sobretudo o escorbuto e as disenterias, a febre tifoide,
a malária e outras) ou morriam nas batalhas de conquista e ocupação dos novos
territórios distantes. Outros ainda optavam por ficar por lá, rendidos ao
fascínio do distante e exótico e a possibilidade de enriquecerem rápida e
facilmente.
E assim se construiu um império periclitante
espalhado pelos quatro cantos do mundo que se desfez como um sonho. Mais tarde,
Fernando Pessoa idealizaria um Quinto Império (Mensagem, 1934), de natureza espiritual e não material, o único que
pode verdadeiramente perdurar. Sonho errante e peregrino… deve andar por aí,
meio sombra meio luz, perdido em alguma caverna platónica…
NOTA 1: Não pude ainda
converter em vídeo o powerpoint que
preparei para complementar este post.
O computador da minha filha, onde costumo fazer a conversão, está “doente”.
Logo que seja possível, carregarei o vídeo no Youtube e neste blog. O álbum de fotografias do Picasa
será partilhado publicamente no Google + com este post.
NOTA 2: Finalmente consegui fazer a conversão! Aqui fica o vídeo...
NOTA 2: Finalmente consegui fazer a conversão! Aqui fica o vídeo...
Auto da Índia, Escola Secundária D. Pedro V, 11.º 13 - photography by São Ludovino.
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